Protesto: Plantadores denunciam calote de usineiros
Cerca de mil plantadores de cana-de-açúcar organizaram um protesto para denunciar a dívida acumulada pelas usinas; segundo a Asplana (Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas), nos últimos quatro anos cerca de 10 usinas estão com um débito de R$ 250 milhões com os fazendeiros e seus funcionários; caso não haja entendimento, o grupo pretende fechar a entrada das usinas
Alagoas 247 - Um grupo formado por plantadores de cana-de-açúcar reuniu-se na manhã desta segunda-feira (21) à porta da Asplana (Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas), no bairro do Jaraguá, para protestar contra a dívida acumulada pelas usinas há mais de quatro anos. Cerca de mil trabalhadores participaram da manifestação pacífica.
Segundo o presidente da Asplana, Edgar Filho, trata-se de uma reivindicação que busca chamar a atenção de usineiros e da sociedade para um descaso das usinas em relação aos trabalhadores. O presidente ainda relata que há quatro anos cerca de 10 usinas estão com um débito de R$ 250 milhões com os fazendeiros e seus funcionários.
"Em protesto, vamos caminhando em direção à Cooperativa dos Usineiros para tentar mais uma negociação com os empresários que não nos procuram. A iniciativa sempre parte de nós. Eles nos colocam na última fila de prioridades. Com o débito, a situação das famílias só se agrava, porque faz todo o trabalho nas fazendas e distribui a cana na usina, porém, nada do salário", disse Edgar.
Fabiano França é um dos fornecedores e relata que é um absurdo o fato de os trabalhadores atuarem diariamente, venderem para as usinas o produto e não receberem nada por isso. Além disso, com o débito, nas safras de 2012 e 2013, havia 8.250 mil fornecedores de cana. Com a nova safra de 2014 e 2015, o número reduziu para 5 mil trabalhadores.
"Somente uma pequena parte dos trabalhadores vem recebendo seus salários. São cerca de 10 usinas que devem aos trabalhadores. Cerca de seis delas são cooperadas", explica Fabiano.
Os trabalhadores seguem com a caminhada até a Cooperativa dos Usineiros. De acordo com Edgar Filho, caso não haja negociação, o grupo pretende fechar a porta das usinas e entrar com ação coletiva na Justiça.
Com gazetaweb.com
