PT ainda resiste à aliança com tucanos

Minas 247 - Setores do PT mineiro insistem em tirar o PSDB da coligação de sustentação da candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda. A briga liderada pelo vice-prefeito Roberto Carvalho, que é contra a entrada dos tucanos, poderá obrigar a Executiva Nacional petista a estender o prazo para as chapas municipais no país definirem as coligações. Até agora, nenhum lado em BH cedeu e não há indícios de que isso ocorrerá até o dia 15, data limite definida inicialmente pelo PT.

Como já havia dito ao Minas 247, o presidente do partido em Minas, Reginaldo Lopes, defende que o encontro municipal optou pelo apoio à reeleição, independentemente da participação dos tucanos. Carvalho, por sua vez, garante que a aliança terá de ser rediscutida se o PSB definir que vai ficar também com os tucanos.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defende o apoio a Lacerda (na qual o PT indicará a vice) com ou sem o PSDB. Ele vai se encontrar no dia 13 com lideranças do PT e do PSB. Dois dias antes do encontro do PT que tentará resolver as coisas.

Leia abaixo texto da jornalista Alice Maciel, do jornal Estado de Minas (ou clique aqui para lê-lo no próprio site do jornal)

PT ainda longe do consenso

O imbróglio no PT de Belo Horizonte pode obrigar a Executiva Nacional a estender o prazo para as chapas municipais no país definirem as coligações. Inicialmente a data limite é o dia 15, mas a expectativa é de que a corda seja esticada até o dia 30 dando ao partido mais tempo de negociação na capital mineira. O temor é de que não saia um resultado de consenso na reunião marcada para daqui a 10 dias. As lideranças do partido em BH garantem, entretanto, que não será necessária a intervenção da Executiva. O caso pode até parar na Justiça em caso de interferências no município.

Para o presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, a aliança com o PSB, do prefeito Marcio Lacerda, já foi definida na última reunião, no dia 25, com a maioria dos votos (53% contra 47%). “Há uma decisão clara, cristalina”, ressaltou Reginaldo Lopes reafirmando que na resolução aprovada ficou explicitado que não há veto legal à participação do PSDB e sim um veto político. Na visão dele, não teria sido colocado como condição à aliança a exclusão dos tucanos, mas apenas uma recomendação. “O meu amigo Roberto Carvalho precisa aprender a perder e respeitar as decisões”, cutucou. 

Defensor da candidatura própria, o presidente municipal do PT, vice-prefeito Roberto Carvalho, também afirma que a decisão foi clara. Entretanto, no entendimento dele, os delegados aprovaram a aliança com os socialistas sem a participação do PSDB. “A candidatura própria não está descartada”, acrescentou lembrando que o PSB tem até o dia 15 para definir se vai ficar com os tucanos. Se essa for a decisão dos socialistas, Roberto Carvalho garante que a aliança terá de ser discutida novamente. 

Segundo o vice-prefeito, o partido em Belo Horizonte não vai aceitar intervenções externas e a decisão será tomada em votação pelos delegados no dia 15. “Não seremos moeda de troca para São Paulo”, acrescentou. Nos bastidores, a informação é de que o diretório municipal vai entrar com um mandado de segurança em caso de intervenção alegando não ter descumprido nenhuma orientação da Executiva Nacional.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, já se posicionou favorável à aliança com o PSB independentemente da participação do PSDB. Para ele, esse é o posicionamento da resolução aprovada. Rui Falcão estará em Belo Horizonte no dia 13 para participar de um evento empresarial. No mesmo dia ele se encontra com lideranças políticas do PT e do PSB. A presença de Falcão na capital acontecerá dois dias antes do encontro do PT. De acordo com petistas ligados às articulações, ele tentará convencer Roberto Carvalho a desistir de vez da candidatura própria.