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PT baiano engasgou com César Borges no governo

A decisão da presidente Dilma Rousseff de escolher o ex-governador e ex-senador César Borges (PR) para o Ministério dos Transportes deixou muitos dos seus correligionários insatisfeitos na Bahia; mas eles preferem não se indispor com ela; figuras como o senador Walter Pinheiro e o deputado Nelson Pelegrino se calaram diante da escolha de um ex-carlista que eles tanto combateram; único a atender às ligações do 247 foi Emiliano José; mas ele pediu para ter preservado seu direito ao silêncio

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Romulo Faro - Bahia 247

Difícil foi encontrar alguém para admitir, mas a decisão da presidente Dilma Rousseff de escolher o ex-governador e ex-senador César Borges (PR) para o Ministério dos Transportes deixou muitos dos seus correligionários insatisfeitos na Bahia, quarto maio colégio eleitoral do país e grande responsável por sua eleição no Nordeste.

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Contudo, para não se indispor com a presidente, os petistas mais influentes no estado, depois do governador Jaques Wagner, preferem o silêncio.

O Bahia 247 tentou exaustivamente falar com as principais figuras do PT baiano por todo o dia, mas não teve êxito. O único a atender às ligações foi o suplente de deputado, jornalista e escritor Emiliano José, um dos principais combatentes do 'carlismo' do qual César Borges saiu das entranhas. Mas desta vez Emiliano não falou. Pediu o direito do silêncio, que aqui está sendo respeitado.

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O 247 tentou também o senador Walter Pinheiro e o deputado Nelson Pelegrino, que saiu derrotado recentemente da disputa pela Prefeitura de Salvador pelo democrata ACM Neto. Pinheiro não atendeu a nenhuma das ligações e a assessoria de Pelegrino confirmou que ele não comentou a escolha de Dilma por César Borges.

Assíduo no Twitter com assuntos de relevância na política nacional, o senador Walter Pinheiro foi alheio à nova composição da Esplanada dos Ministérios.

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Jaques Wagner, na posição de governador, de forma sábia e cortês, parabenizou a presidente e disse que César muito contribuirá para o desenvolvimento da Bahia. Além dele, o único a comemorar, de forma bem tímida, foi o presidente do PT baiano, Jonas Paulo.

A reportagem do Bahia 247 ligou exatamente dez vezes para Jonas e ele não atendeu a nenhuma das chamadas. Em uma das ligações, uma pessoa que se identificou como sua secretaria pediu que retomássemos o contato. Mais três chamadas sem resposta.

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César, um autêntico carlista

Carlista de nascença (política), César teve seus primeiros passos na vida pública acompanhados de perto pelo ex-senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães (ACM), o líder do chamado 'carlismo', era de mais de 20 anos na qual o Estado viveu sob sua completa influência.

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César se elegeu governador em 1998 com as bênçãos de seu padrinho e se ouve dizer que era ACM quem de fato governava a Bahia.

De governador, César concorreu ao Senado em 2002 na chapa majoritária encabeçada pela candidatura de Paulo Souto (DEM), que voltou a ser governador. César também venceu e foi para um mandato de oito anos no Senado a partir de 2003.

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A mutação

Em 2007, com ACM ainda vivo, César Borges resolveu deixar o carlismo, àquela altura já derrotado exatamente pelo PT em 2006, na figura do sindicalista Jaques Wagner. Foi então que César deixou os amigo Paulo Souto e o padrinho ACM. Saiu do antigo PFL (hoje DEM) e ingressou no PR. Calava-se uma voz da oposição no Congresso.

Mas aqui César ainda era opositor. Em 2010 tentou renovar seu mandato por mais oito anos no Senado na chapa encabeçada pela candidatura do peemedebista Geddel Vieira Lima ao governo do Estado. Wagner saiu reeleito.

Foi daí que veio a guinada e em outubro último César Borges decidiu deixar o bloco da oposição que teve chapa encabeçada exatamente pelo neto de seu mentor político para apoiar o PT de Dilma e de Wagner com a candidatura de Nelson Pelegrino. ACM Neto (DEM) saiu vitorioso.

PR também rachou

Para deixar a situação de César um tanto quanto embaraçosa, o líder da oposição ao governo Wagner na Assembleia Legislativa é o deputado Elmar Nascimento, que é exatamente do PR. Ele e o correligionário Sandro Régis disseram hoje que, "sem dúvida", se César entregar o partido a Wagner na Assembleia os dois deixarão a legenda.

O deputado federal Maurício Trindade, que está licenciado em virtude de estar exercendo o cargo de secretário de Reparação do prefeito ACM Neto, disse que fará o mesmo.

Como dito neste espaço, com César Borges no Ministério dos Transportes, Dilma abre uma via alternativa para 2014 na Bahia. Automaticamente o nome do ex-carlista entrou no tabuleiro da sucessão de Jaques Wagner no ano que vem. Resta saber se ele será da base ou da oposição.

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