PT dá prazo final para entrega de cargos ao PSB

Pernambuco 247 - Os membros do PT que ainda ocupam funções dentro da administração pública do Estado de Pernambuco ou das cidades de Recife e Paulista, administradas pelo PSB, terão 15 dias para entregarem os cargos. A decisão foi tomada durante um encontro da Comissão Executiva do PT estadual, realizado na noite desta segunda-feira (3). Os dois partidos, que eram aliados históricos, se estranham desde que o governador Eduardo Campos colocou-se como presidenciável e a legenda socialista deixou a base do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), há pouco menos de seis meses.

De acordo com a deputada estadual e presidente do PT em Pernambuco, Teresa Leitão, a direção do partido está elaborando uma lista com o nome dos filiados que ainda ocupam cargos nas gestões do PSB. A lista será encaminhada à direção nacional da legenda para que, no próximo dia 17, para que sejam decididas quais as atitudes que devem ser tomadas. De acordo com membros da direção estadual, quem se recusar a deixar o cargo, poderá responder a um processo disciplinar que poderá resultar na expulsão dos descontentes.

Dentre os petistas que ainda atuam dentro da administração socialista, está o presidente do PT no Recife, Oscar Barreto. Barreto, que ocupa o cargo de Secretário-Executivo da Agricultura na administração de Eduardo Campos (PSB), declarou na última segunda-feira (4) que tem “o maior orgulho de estar dentro do governo”. O diretório municipal da capital pernambucana representa cerca de 40% do total de filiados no Estado.

A bancada do PT na Assembleia Legislativa de Pernambuco era composta por seis deputados. Atualmente, a legenda possui apenas seis parlamentares, uma vez que dois deles migraram para os quadros do PSB. Na Câmara Federal, o número de petistas pernambucanos também encolheu de quatro para três deputados federais.

A devolução dos cargos ocupados por membros do PT ao PSB, em Pernambuco, é tida como uma espécie de retaliação à saída do PSB da base da administração da presidente Dilma Rousseff. Após a saída dos socialistas da administração nacional, em outubro de 2013, o Partido dos Trabalhadores decidiu entregar as pastas que ocupavam dentro da administração socialista, separando as legendas que caminhavam juntas em uma aliança histórica. O temor é de que a recusa da devolução dos cargos acabe por resultar em um novo cisma na legenda, que encontra-se fragilizada e dividida desde as últimas eleições municipais.