PT de BH: festival de trapalhadas por um vice

Minas 247 - A novela já começou esquisita: No fim de março, um encontro do PT de Belo Horizonte decidiria os rumos políticos do partido nas eleições da cidade em outubro. Depois de debates, polêmicas, discursos, seguidos por discursos, polêmicas e debates, os petistas chegaram à conclusão que… Bem, não se chegou a conclusão alguma. Findo o encontro, não se sabia se o PT lançaria um nome próprio para concorrer à Prefeitura de BH, ou se apoiaria a reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB), ou ainda se aceitaria os tucanos na composição.

Como se sabe, prevaleceu a tese de manter a aliança com os socialistas. Mas a novela, que parecia chegar ao final, estava apenas começando. Um sem número de petistas se apresentaram como candidatos, ou foram apresentados como tal.

Teve de tudo um pouco desde então. O atual vice-prefeito, Roberto Carvalho, chegou a articular uma anticandidatura - na prática, apresentar um nome que não fosse desejado pelo cabeça da chapa, Marcio Lacerda. Pensou no nome do ex-chefe da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), Luiz Fortini. Outro foi o chefe do gabinete do próprio Carvalho, Palowa Mendes.

Esta semana, foi lançado o nome do vereador Arnaldo Godoy. Nova trapalhada. Nesta quarta-feira, o petista não escondeu da imprensa a contrariedade com o fato de ter sido indicado para vice. “ Estive na segunda-feira no escritório do Roberto e falei com ele que não podia ter feito isso”, disse Godoy. “A ideia era de discutir um nome de consenso, mas esse nome não é o meu.” Detalhe: o vereador petista sempre atuou no bloco da oposição à gestão de Marcio Lacerda na Câmara Municipal.

Paralelamente às negociações com o PSB de Lacerda, parte do PT também flerta com o PMDB. As conversas com os peemedebistas seriam mais fáceis se o candidato fosse o deputado estadual Sávio Souza Cruz, um dos mais críticos ao PSDB na Assembleia Legislativa. Mas esse grupo, do qual fazem parte o também deputado Rogério Correia e o próprio Roberto Carvalho, não descarta de imediato apoiar, ainda que informalmente, o peemedebista Leonardo Quintão, deputado federal que chegou ao segundo turno na eleição de 2008.

Na semana passada, o prefeito Lacerda chegou a levantar a possibilidade de uma mulher para vice. Seria uma saída para o longo impasse no PT. Alguns nomes chegaram a ser sugeridos, como o da presidente da Fundação Municipal de Cultura, Thais Pimentel, mulher do ministro e ex-prefeito de BH Fernando Pimentel.

O PT, porém, sepultou essa ideia. Há sete candidatos inscritos para a escolha afinal do candidato a vice-prefeito. Mas os próprios petistas que novos nomes poderão surgir até domingo, data do encontro final para decidir a parada. Deveria ser um nome de consenso. Mas cabe a pergunta: isso existe no PT de Belo Horizonte?