PT é favorito em Goiânia, mas há espaço para nome novo
Pesquisa Serpes, publicada pelo Jornal O Popular, mostra liderana do atual prefeito Paulo Garcia (PT), candidato reeleio. Mas grande o desgaste dos polticos aps escndalo Cachoeira
Goiás 247 – O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), termina a semana com bons motivos para comemorar. Lidera com folga pesquisa Serpes, encomendada pelo jornal O Popular, sobre a sucessão em Goiânia. Garcia tem 23,5% das intenções de voto e está distante 15,4 pontos porcentuais da segunda colocada, a deputada estadual Isaura Lemos (PCdoB), que ostenta 8,1% das indicações estimuladas. O Serpes ouviu 601 eleitores, entre os dias 2 e 4 de maio, e tem margem de erro de 4 pontos porcentuais para cima ou para baixo. Mas Paulo ainda tem com o que se preocupar.
A situação de Paulo Garcia é confortável se comparada à que ele enfrentava no final do ano passado. Quando o senador Demóstenes Torres ainda tinha o status de paladino da ética e ostentava alta popularidade entre os goianienses, o democrata liderava com folga as pesquisas sobre a sucessão em Goiânia. No Serpes, o prefeito aparecia em segundo lugar, 20,3 pontos atrás – 33,5% para Demóstenes contra 13,2% de Paulo, em final de outubro. Além disso, a administração petista sofria com muitos desgastes, sobretudo pela paralisação das obras do Parque Mutirama, a menina dos olhos da gestão petista.
Seis meses tudo mudou, o cenário é completamente diferente. Demóstenes não é mais candidato, virou um ex-político ainda com mandato [deve ser cassado nos próximos meses pelo Senado], depois que a Operação Monte Carlo mostrou a íntima ligação dele com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. E até as obras do Mutirama, principal entrave da gestão petista, voltaram a ter andamento normal após ser divulgado que o grupo de Cachoeira, por meio de vereadores na Câmara de Goiânia, agia nos bastidores para interromper a obra e desgastar o prefeito.
Outros nomes
O Serpes joga um balde de água fria nos políticos próximos ao governador Marconi Perillo (PSDB). A situação da base de Perillo é crítica na capital do Estado. O melhor colocado na pesquisa entre os partidos que integram a base do governo é o deputado federal Sandes Júnior (PP), que tem 6,5% das intenções de voto, em terceiro. Esse, porém, é o pior desempenho do pepista em uma eleição na Capital. Sandes disputou duas eleições seguidas em Goiânia, em 2004 e 2008, com mais de 15% dos votos válidos. Sandes é um dos deputados envolvidos com Carlinhos Cachoeira e ostenta a maior rejeição entre todos os pré-candidatos em Goiânia, com 40,5%.
O vereador do Psol Elias Vaz tem 4,5% das intenções de voto e o deputado federal Leonardo Vilela (PSDB) é citado por 4% dos eleitores. Completam a lista do Serpes os deputados Jovair Arantes (PTB) com 3,3%, Francisco Júnior (PSD) com 2% e Armando Vergílio, também do PSD, com 0,7% das indicações estimuladas.
Leonardo Vilela deixou a secretaria estadual de Meio Ambiente para disputar a sucessão em Goiânia. Era o nome preferido do governador Marconi Perillo. Porém, Leonardo Vilela também teve seu nome citado na Operação Monte Carlo, ao ligar para Cachoeira e pedir ajudar para conseguir emprego para a filha. Além disso, o principal fiador da candidatura de Leonardo não tem condições da ajudá-lo nesse momento. Os tucanos cogitam retirar Vilela da disputa, mas ainda não sabem como fazer a mudança.
Já Elias Vaz é um dos vereadores que agia de acordo com os interesses de Cachoeira na Câmara Municipal e é o segundo mais rejeitado pela população, de acordo com o Serpes. Jovair Arantes é outro que teve o nome mencionado na escutas feitas pela Polícia Federal. Jovair também não une a base do governo. E os nomes do PSD, que em tese poderiam ser uma solução para a base de Marconi, apresentam números insignificantes no levantamento do Serpes.
Descrença
O Serpes constatou que hoje a descrença da população com os políticos, de modo geral, é imensa. Se as eleições fossem hoje, 25,2% dos eleitores votariam nulo e outros 22,2% não saberiam em quem votar. Ou seja, 47,4% dos eleitores, quase a metade, não está disposta a votar na grande lista de opções que foram apresentadas na consulta.
Esse número de indecisos e eleitores dispostos a anular o voto é o grande problema a ser administrado pelo prefeito Paulo Garcia. Mesmo sendo favorito, os números mostram uma insatisfação também com o prefeito de Goiânia, deixando espaço que pode ser preenchido por um nome diferente dos que foram apresentados ao eleitor.
A grande dificuldade para os partidos, nesse momento, é encontrar esse nome que possa quebrar a desmotivação atual do eleitor com os políticos. Na base do governador essa possibilidade é ainda mais complicada, pois a aversão à administração de Marconi Perillo no Estado é enorme [a reprovação ao tucano é de quase 50%]. Ainda assim, o Serpes evidencia que a eleição em Goiânia está totalmente aberta.
Números do Serpes:
Estimulada
Paulo Garcia (PT) – 23,5%
Isaura Lemos (PCdoB) – 8,1%
Sandes Júnior (PP) – 6,5%
Elias Vaz (Psol) – 4,5%
Leonardo Vilela (PSDB) – 4%
Jovair Arantes (PTB) – 3,3%
Francisco Júnior (PSD) – 2%
Armando Vergílio (PSD) – 0,7%
Nulo – 25,2%
Não sabe – 22,2%
Espontânea
Paulo Garcia – 5,6%
Jovair Arantes – 0,3%
Leonardo Vilela – 0,2%
Francisco Júnior – 0,2%
Elias Vaz – 0,2%
Armando Vergílio – 0,2%
Isaura Lemos – 0,2%
Sandes Júnior – 0,2%
Darci Accorsi – 0,2%
Bruno Peixoto – 0,2%
Nulo/Não votaria – 13,8%
Não sabe – 78,9%
Rejeição
Sandes Júnior – 40,6%
Elias Vaz – 28,9%
Jovair Arantes – 24,5%
Isaura Lemos – 23,2%
Paulo Garcia – 19,7%
Leonardo Vilela – 18,7%
Francisco Júnior – 15,6%
Armando Vergílio – 15,1%
Não rejeita ninguém – 34%
Não sabe – 6,1%
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