PT e PSDB acenam com “históricos” na briga pelo vice de Lacerda
Os tucanos agora falam em lançar o ex-ministro Pimenta da Veiga como candidato à Prefeitura de BH. Quase ao mesmo tempo, os petistas falam em Patrus Ananias para companheiro de Marcio Lacerda na chapa pela reeleição. Mas o mais provável é que ambos estejam apenas blefando
Minas 247 - O fim de semana não foi de descanso para os membros das cúpulas do PT e do PSDB em Belo Horizonte. Cada partido a seu modo, eles negociam com o PSB, e com o prefeito Marcio Lacerda, qual o nome ideal para compor a chapa pela reeleição como candidato a vice. Mais do que negociação política, petistas e tucanos buscam apresentar suas melhores “armas” para conquistar o cargo. Se é blefe ou não, só o tempo dirá.
Os tucanos, por exemplo, agora acenam com a volta do ex-ministro das Comunicações no governo FHC, e também ex-prefeito da capital mineira, Pimenta da Veiga. Ele fez parte do grupo fundador do PSDB, vindo do mesmo grupo de peemedebistas do qual fazia parte o próprio Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador paulista Franco Montoro e o então deputado federal José Serra. Dois anos antes da criação do PSDB, em 1988, já havia se desentendido com o PMDB, que optara pela candidatura de Newton Cardoso para o governo estadual. No ano mesmo da criação do partido tucano, foi um dos primeiros a lograr sucesso eleitoral, elegendo-se prefeito de BH. Ficou só dois anos, pois tentou chegar ao Palácio da Liberdade - foi derrotado por Hélio Garcia.
Foi deputado federal em 1994 e 1998, até que foi a solução encontrada por FHC para ocupar o lugar de Luiz Carlos Mendonça de Barros no Ministério das Comunicações, envolvido no escândalo dos grampos da privatização da Telebras. Nas Comunicações, Pimenta da Veiga distribuiu 357 concessões de TV educativas sem licitação, boa parte em Minas Gerais e para políticos. Ele ficou à frente do ministério do início de 1999 a abril de 2002.
Pelo lado do PT, a via encontrada para pressionar o PSB de Lacerda também é um nome histórico e, da mesma forma, muito conhecido na cidade: o do ex-prefeito de BH e ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias. A vantagem, para Patrus, é que ele ainda é popular na capital, conforme já demonstraram pesquisas de opinião. Além disso, serviria para unir o PT, inclusive parte do grupo rebelde que não quer aliar-se a Lacerda.
Por outro lado, o ex-ministro petista passou boa parte dos últimos quatro anos mais afinado com o grupo de oposição ao governo Lacerda. Só recentemente, aliou-se ao prefeito, embora com a ressalva de que não aceitaria acordo com os tucanos.
Há uma terceira possibilidade - e, provavelmente, a com mais chances de vingar -, que é a de ambos os partidos, PT e PSDB, estarem apenas blefando. Os dois sabem ser muito difícil, nessa altura do campeonato, lançar um nome independente para a prefeitura da capital e, por isso mesmo, dificilmente tomarão outro rumo que não seja o apoio à reeleição de Lacerda, que lidera com folga as atuais pesquisas eleitorais. O PSDB diz não aceitar que o vice seja um petista, mas sabe que essa foi a opção acordada com o PSB de Lacerda. O nome de Pimenta da Veiga, portanto, pode ser apenas uma ameaça à coligação, em um momento de negociação sobre as candidaturas para vereador - os tucanos não querem coligação com petistas para esse pleito, pois temem que o PT acabe sendo mais beneficiado. O partido de Patrus, por sua vez, sabe que provavelmente conseguirá a vice de Lacerda, mas, por precaução (e para conseguir a coligação também para vereador), ameaça com um nome popular e histórico, como o de Patrus.
PSDB e PT sabem que a chance de o vice acabar assumindo o cargo em 2014 é grande. Lacerda é um dos nomes cotados para tentar o governo estadual, ou mesmo ser vice de um nome dos dois partidos (fala-se muito em vice do ministro Fernando Pimentel). O vice que assumir teria dois anos de mandato, o que já o colocaria como favorito à reeleição em 2016. Caciques dos dois partidos sabem disso. E por isso apresentam suas armas. Ou seus blefes...
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