PT que fazer "oposição consistente" na Assembleia

Jaqueline Silveira, Sul 21 - Uma oposição consciente. Essa será a postura da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa a partir de 2015, quando deixará a condição de situação e passará para o lado da oposição devido à derrota do governador Tarso Genro (PT) para o peemedebista José Ivo Sartori (PMDB). Na última terça-feira (28), os integrantes da bancada fizeram uma reunião de avaliação do pleito e já para afinar o discurso para o próximo ano.

"Vamos fazer uma oposição consciente. Não é uma oposição para fazer mal para o Rio Grande do Sul, jamais faremos oposição que possa atrapalhar o Rio Grande do Sul e os gaúchos", adianta o líder da bancada do PT, Edegar Pretto. Ele também avisa que os deputados defenderão o "legado social" deixado pelo governo petista e manutenção de conquistas obtidas pela gestão de Tarso. "Os 12% na saúde nunca houve antes e nós vamos lutar para que não retroceda", exemplifica o líder petista. O parlamentar destaca, ainda, como conquistas a valorização dos servidores, o crescimento econômico do Estado e os planos safra que, segundo ele, "é uma luta que vem de muitos anos" dos agricultores familiares. "São conquistas que fizeram bem ao Rio Grande do Sul", avalia o deputado.

Com a maior bancada na Assembleia – 11 deputados em 2015 -, o PT deverá ser minoria no parlamento diante da composição dos partidos que apoiaram Sartori no primeiro e segundo turnos. A partir da próxima semana, os petistas pretendem começar a conversar com as siglas que integraram a aliança de Tarso Genro para articular o discurso. Também neste período, a bancada do PT, junto com a direção estadual do partido, promoverá seminário para fazer um balanço do trabalho e também das eleições. "É o momento em que o PT tem de ser humilde, de estudar muito, de avaliar e compreender", sustenta Pretto. A bancada convidou o presidente da Fundação Perseu Abramo, o economista Marcio Pochmann, para participar do seminário e contribuir com a avaliação.

O deputado defende também maior diálogo com os movimentos sociais, que ele considera fundamental para dar respaldo às reformas que a presidente reeleita Dilma Rousseff precisará fazer no país. "Nós só podemos, se caminharmos com o povo social. Unidos somos um gigante e sozinho não somos nada", constata o petista, sobre a importância do apoio dos movimentos sociais para as reformas se concretizarem.

Sobre a derrota ao Palácio Piratini, apesar de o governo Tarso Genro ser bem avaliado nas pesquisas de opinião, o líder da bancada afirma que há "várias possibilidades", citando, por exemplo, a atuação "da mídia contra o PT" e a "demonização" não só do Partido dos Trabalhadores, mas também da política, dificultando o diálogo com eleitores que não se envolvem com a política partidária. "Não tínhamos chance de conversar com a população", argumenta Pretto, que foi o deputado estadual mais votado do parido na eleição 2014.