PT vai se despedir da 3ª Via e rumar para o PMDB

Tocantins 247 – Não tem mais jeito. O sonho do Partido dos Trabalhadores no Tocantins em ter candidato próprio a governador vai mais uma vez naufragar em função de interesses da Executiva Nacional. Junto com o desejo de ser protagonista nas eleições, o PT estadual deve se despedir também de sua participação na chamada Terceira Via como ela é vista hoje, com PP, PCdoB e PSL.

Sete dias depois de ter anunciado a desistência do ex-secretário de Saúde de Palmas Nicolau Esteves de concorrer ao comando do Palácio Araguaia e de ter lançado, “por decisão unânime”, a pré-candidatura de Paulo Mourão, o PT tocantinense receberá por escrito o comunicado da morte da recém-lançada pré-candidatura.

Na próxima quinta-feira, 20, a Executiva Nacional do PT vai baixar um documento determinando que todos os diretórios regionais do partido terão que enquadrar na política nacional de alianças. Essa medida representa endurecimento do comando petista em relação às candidaturas que visam apenas marcar posição e que atrapalham as relações com os aliados, sobretudo o maior parceiro: o PMDB. A informação é do colunista do jornal O Globo Ilimar Franco (leia aqui).

Em reunião da Terceira Via no último dia 13, o PT no Tocantins havia estufado o peito e cantado de galo em sua posição inicial, de permanecer com o grupo. O presidente estadual do PT, Julio Cesar Brasil, reiterou a disposição do partido em permanecer aliado do PP, PCdoB e PSL e deixou claro que a executiva estadual não tem interesse em se aliar com os partidos que já estiveram no governo. “Nós somos um partido de luta. Estamos aqui para reiterar essa posição do partido. Não somos obrigados  a mudar opinião se temos certeza de estar no caminho certo. Podem até nos levar, mas vão ter que levar pelo beiço não vai ser assim pela canetada”, disse Brasil (leia aqui).

A possibilidade do PT desistir de pré-candidaturas em vários e apoiar o PMDB já havia sido divulgada, depois da reunião da presidente Dilma Rousseff com o vice-presidente Michel Temer, no último dia 9, numa tentativa da presidente de acalmar seu maior aliado, em rebelião na Câmara Federal (leia aqui). A sinalização da presidente tinha amparo na cúpula do partido e era esperado para as próximas uma decisão oficial obrigando os estados onde o PT não tem chance de vitória a desistir de pré-candidaturas e apoiar o PMDB. 

Com a decisão da nacional, é questão de tempo agora para se ver Julio Cesar Brasil, Paulo Mourão, Donizeti Nogueira, José Santana e outros petistas no mesmo palanque de Marcelo Miranda, Júnior Coimbra e Kátia Abreu.