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Quando elas, no comando, ganham mais

Mulheres faturam mais no setor de franquias, e a participação delas neste mercado, ainda dominado por homens, não para de crescer

Quando elas, no comando, ganham mais (Foto: Shutterstock)

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Luciane Macedo _247 - As mulheres no setor de franquias ganham mais dinheiro que os homens com um desempenho superior no comando do seu próprio negócio. Segundo pesquisa nacional da Rizzo Franchise, o faturamento das mulheres no comando de unidades franqueadas foi 34% superior ao dos homens em 2011, e, em termos de lucro líquido, já descontados todos os custos da franquia, elas ganharam 26% mais que eles. A melhor performance das mulheres se dá em um mercado ainda dominado pelos homens -- pelo menos por enquanto, porque a tendência é que a presença feminina, crescente ano a ano, também predomine.

A performance superior das mulheres chamou a atenção dos próprios franqueadores, o que foi um dos motivadores da pesquisa. "O crescimnento delas é significativo e o desempenmho também", comenta Marcus Rizzo, dono da Rizzo Franchising. "Os próprios franqueadores começaram a falar, então fizemos a pesquisa para medir o quanto esse desempenho melhor era relevante e se há tendência de crescimento".

De acordo com a pesquisa, é cada vez mais intensa a procura e participação das mulheres no setor de franquias. O crescimento tem se dado ano a ano. Em 2009, elas estavam à frente de 50.244 unidades franqueadas. Em 2010, este número saltou para 58.431. Em 2011, a Rizzo contabilizou 65.444 franquias sob o comando feminino.

O interesse de mulheres que querem ter seu próprio negócio também tem encontrado no mercado de franquias um destino certo. Com o mercado quase dividido meio a meio -- 48% do mercado é delas e 52%, deles --, a tendência é que a presença feminina se acentue no futuro próximo, indica a pesquisa.

"Está acontecendo no Brasil o mesmo que aconteceu no mercado americano há dez, 15 anos, quando a mulher que tinha se lançado no mercado de trabalho começou a voltar para casa", comenta Rizzo. "As mulheres perceberam as restrições de carreira e de salários nas empresas, decidiram que não querem mais ter de recusar uma promoção porque teriam de ficar longe da família, viajar muito ou mudar de cidade", continua o especialista. "Conscientes dessas limitações que as impediam de ganhar mais e evoluir na carreira, ou mesmo por falta de espaço para crescer dentro da própria empresa, muitas mulheres partiram para as franquias", assinala Rizzo. "O tripé carreira, dinheiro e familia é muito importante para a mulher, e a franquia proporciona isso".

Do zero ao top 3

Formada em Direito com pós-graduação em Comunicação com o Mercado, Aline Salvi Schmidt começou do zero com uma unidade franqueada da Onodera em Americana, interior paulista, em 2008. Sua franquia virou referencial pela presença constante no ranking da Onodera para o interior de São Paulo, e, há nove meses, a ex-profissional liberal partiu para a expansão dos negócios em outra cidade, Campinas.

"Quando casei e voltei para o interior, não poderia mais ter o mesmo tipo de trabalho que tinha em São Paulo, e eu já estava insatisfeita com o ramo jurídico, queria ter a minha própria empresa", conta Aline. "Optei pelo setor de franquias pelo fato de ser o meu primeiro negócio, e eu já era cliente da Onodera em São Paulo quando comecei a prospectar este mercado", lembra. "Queria algo no segmento feminino, com que eu me identificasse".

O sucesso com que Aline conduziu a unidade de Americana ao top 3 da Onodera no interior paulista fez com que a própria franqueadora a convidasse a expandir os negócios com uma unidade em Campinas que não vinha tendo uma performance satisfatória.

"Tive que reposicionar a marca em Nova Campinas, o que é ainda mais difícil, então renovei tudo, aumentei a estrutura, comprei novos equipamentos, contratei equipe nova e criei diferenciais, como salas individuais de atendimento", comenta Aline. "Tinha clientes insatisfeitos, então fiz questão de fazer toda a mudança para resgatar a confiança desses clientes e refazer a reputação da marca, e está dando certo".

Toque feminino

Segundo a Rizzo Franchise, o toque feminino à frente dos negócios faz toda a diferença no setor de franquias, qualquer que seja o ramo de atividade. Algumas características são marcantes para o desempenho superior delas.

Foco: "quando está interessada, a mulher vai fundo até chegar ao coração do que está querendo". Automotivação: "elas buscam resultado e satisfação antes mesmo da recompensa financeira". Pouca necessidade de estímulos externos: "na busca de um negócio próprio e durante sua administração, tudo é estimulante". Firmes e decididas: "quando estão à frente de um negócio que as satisfaça, as mulheres são verdadeiros tratores". Capacidade de ouvir: "as mulheres querem saber, conhecer, são curiosas". Não se enganam: "elas fazem o que precisa ser feito para resolver um problema".

Aline concorda que a mulher tem mais chances de prosperar com franquias, especialmente no ramo em que atua, de estética e beleza. "Talento para ouvir, paciência para conduzir o negócio e automotivação, tudo isso é muito feminino", avalia a franqueada da Onodera. "Quando precisei me ausentar e meu marido me substituiu, foi diferente, o homem é mais impositivo, pragmático, é muito prático".

Foco, disciplina, sensatez para tomar decisões, ouvir bastante e dar feedback fazem o segredo do sucesso dos negócios de Aline em Campinas e Americana. "Minha sala está sempre aberta para receber clientes", diz a franqueada da Onodera. "O diálogo com as minhas colaboradoras também faz com que eu tenha uma equipe sempre motivada e sem turn over", ressalta. "Estou 100% presente nas minhas unidades e sempre antenada".

A fórmula de sucesso de Aline é também compartilhada pelos franqueadores ouvidos pela Rizzo Franchise. Eles citaram três motivos principais para o desempenho superior das mulheres quando o assunto é ganhar dinheiro à frente de uma unidade franqueada.

Em primeiro lugar, elas participam integralmente dos programas de treinamento e adotam a postura "quero aprender", enquanto que, entre os homens, a atitude predominante é "já sei". O segundo motivo é que as mulheres têm maior estabilidade com a equipe de funcionários, o que gera menor rotatividade de pessoal. Em terceiro, e extremamente importante para que a franquia decole, as mulheres estão presentes no dia-a-dia do negócio, ao passo que os homens tendem a se ausentar e delegar o negócio para funcionários.

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