Racionamento: um velho problema do Grande Recife
Na última semana, o morador da Região Metropolitana voltou a sofrer com um velho fantasma que o Sistema Pirapama prometia sepultar; Por conta da viabilização de uma rede para a Arena PE, 1,5 milhão de pessoas foram afetadas
Leonardo Lucena_PE247 –O racionamento de água que iniciado no último dia 10 e que se encerrará às 15h deste domingo (15) - para a realização de um remanejamento do Sistama Tapacurá, com o objetivo de viabilizar uma rede distribuidora à Arena PE - dá ensejo para alguns questionamentos e reflexões sobre esse tormento que, há décadas, surge em determinados períodos do ano no Grande Recife. Sistemas de grande porte, como o Pirapama, foram construídos para por fim a esse tipo de problema. No entanto, devido à negligência do Poder Público, a operação com uma grande rede de distribuição de água não foi suficiente para atender de forma contínua toda a Região Metropolitana do Recife (RMR). Cerca de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas.
Um claro reflexo disso está no ano passado, quando houve um racionamento por 17 dias seguidos em vários bairros do Recife e de Jaboatão dos Guararapes, este na Zona Sul da Região Metropolitana. Mesmo contando com recursos do Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Governo do Estado, com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), não consegue transformar as verbas estadual e federal em obras que não sofram mudanças sem prejudicar a população.
Na medida em que o Estado cresce, faz-se necessário reestruturar os sistemas de abastecimento e tratamento de água, para acompanhar as vicissitudes infraestruturais dos municípios. Mesmo com a construção de outros sistemas, como Tapacurá, Alto do Céu e Botafogo não resolveram totalmente o problema. Curiosamente, tais sistemas foram implantados visando o direcionamento de água a cidades como Camarabige, São Lourenço da Mata, ambas na Zona Oeste da RMR, e Jaboatão, três municípios afetados pelo racionamento que se estenderá até o dia 15 de julho.
Umas das saídas que causou elogios por parte de especialistas e cidadãos residentes em Pernambuco foi a iniciativa do Governo Estadual de criar uma Parceria Público Privada (PPP), na qual a Compesa, obviamente, fará sociedade com um ente privado. De fato, a tendência é que as PPP’s ganhem espaço pelo Brasil afora. Em Pernambuco, esse modelo vem se tornando uma prática constante desde 2007.
A estatal pernambucana será responsável pela fase de execução de obras dessa natureza, enquanto que a empresa privada pela gestão. Todavia, ainda que haja problemas na administração do suprimento de água, o “xis da questão” está em como são implantadas as estruturas dessa natureza.
Ora, se os cidadãos lidam com problemas de racionamento causados por uma estrutura construída de forma ineficiente, por que não deixar a iniciativa privada planejar e construir as redes de abastecimento? Quanto ao êxito desta política, só o tempo vai dizer.
De todo modo, como é de praxe na política brasileira, as ações são colocadas em prática visando resultados a curto prazo. Enquanto isso, o cidadão tem de se contentar em ouvir promessas em cima de promessas...
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