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“Religião não terá domínio sobre a administração”

Quem garante é o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e candidato a prefeito de Salvador pelo PRB, Márcio Marinho; ele afirma que sua candidatura não está negociada, que não sabe quem apoiar num eventual segundo turno e dispara: "Quem terá domínio em nossa administração será o povo de Salvador."

“Religião não terá domínio sobre a administração” (Foto: Divulgação)
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Bahia 247

O deputado federal e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Márcio Marinho (PRB), não é um debutante nas eleições municipais, já que em 2008 disputou como candidato a vice na chapa de ACM Neto (DEM), agora seu adversário no pleito. Ele só conseguiu formar aliança com o PSL, sigla do seu vice, o deputado estadual e delegado, Deraldo Damasceno - mas não se sente enfraquecido por isso.

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Marinho aposta em educação, saúde e mobilidade urbana como prioridades de sua gestão, porém, garante que não vai aliviar nas críticas ao governo do prefeito João Henrique (PP) e que também não pretende "colar" sua imagem da do governador Jaques Wagner. Confira entrevista da Tribuna da Bahia:

Tribuna - O que pode ser feito para que os serviços públicos comecem a funcionar para a população?

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Marinho - Nós sabemos que a cidade tem vários problemas de ordem social. A questão da saúde, principalmente, a prefeitura tem que se preocupar e resolver. A gente sabe que há um repasse enorme do governo federal de recursos para essa área, para que juntos, de forma integrada, possa ser oferecido um serviço de excelência para a população. Quando a gente vai para a prática, vemos questões básicas que estão em falta nos postos de saúde para a população. Então não há uma preocupação com os postos de saúde e isso é uma responsabilidade da Secretaria de Saúde. Tem que ter um maestro para organizar essa orquestra de secretários e também resolver os problemas da cidade, até porque foram os eleitores que votaram no prefeito. Precisamos ampliar a cota destinada ao programa de saúde da família que não existe a contento, como o governo federal quer. A prefeitura fez pouco contrato. Vemos que hoje existe uma falta de vontade e de empenho por parte da prefeitura de querer também criar as UPAS. O governo federal mandou dez UPAS para cidade de Salvador, mas apenas uma foi implantada pelo governo do estado. Isso nós sabemos que é questão de inadimplência da prefeitura e dificuldade de resolver o problema da UPAS. Existem dez ainda aí flutuando para serem colocadas em Salvador. Sabemos que existe a condição para fazer a saúde do soteropolitano ficar bem, mas falta a disposição da prefeitura.

Tribuna - O que será feito para ajudar na busca por segurança?

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Marinho - Uma cidade como Salvador tem que ter segurança para atrair os turistas. Como você disse, segurança constitucionalmente é uma responsabilidade do estado, mas também do prefeito, tanto é que quando se criou a Guarda Municipal, foi com o objetivo de trazer tranquilidade à cidade, mas também de cuidar do seu patrimônio público. Mas na nossa gestão nós queremos armar a Guarda, prepará-la primeiro, porque andar com arma de fogo não é brincadeira. Vamos espalhar essa guarda para cuidar do povo, espalhar na periferia, nas Cajazeiras, na Suburbana para que as pessoas possam ter mais segurança. Vamos também ver a questão da iluminação pública, pois as pesquisas mostram que os índices maiores de roubo, de maldade acontecem mais naqueles bairros onde não há iluminação pública e a gente quer tocar a questão da segurança no ponto da iluminação. Vamos dobrar o efetivo da Guarda Municipal e iluminar a nossa cidade para que a gente possa evitar roubos, seqüestros, a bandidagem e o tráfico de drogas crescerem. A gente quer trazer a segurança para a nossa cidade. O meu vice Deraldo Damasceno é um camarada expert em segurança pública, até porque mais de 40 anos de sua vida foram dedicados a essa causa, portanto teremos esse apoio dele na condução da segurança municipal. Vamos ampliar a Guarda Municipal e a gestão vai ser mais próxima. O meu vice tem capacidade para gerir a Guarda Municipal. Certamente vamos fazer isso com tranquilidade. Vamos requalificar na verdade os que hoje estão e preparar mais um efetivo para ser distribuído em toda a nossa cidade.

Tribuna - O que pode ser feito para destravar gargalos no trânsito?

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Marinho - Ampliar as avenidas. Tem vários gargalos que podem acabar dessa forma. Implantar algumas sinaleiras inteligentes e também construir viadutos que também podem destravar um pouco o trânsito. Hoje já se permite a criação de viadutos na cidade. A nossa proposta de governo é fazer com que essas coisas aconteçam para acabar com esse sofrimento no trânsito.

Tribuna - O que pode ser feito no cinturão litorâneo de Salvador? O que fazer na orla?

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Marinho - Fazer projetos viáveis e buscar recursos em âmbito federal e estadual e a parceria público-privada para revitalizar a nossa orla tanto da Barra até a Praia do Flamengo como também a área da Cidade Baixa.

Tribuna - O que fazer para conseguir mudar o recapeamento asfáltico da cidade, através de PPPs ou se tem outro plano? É possível em um projeto a longo prazo?

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Marinho - Sem dúvidas. Isso é uma questão de prioridade. Sabemos que a cidade precisa estar bem para atender a demanda do seu povo e dos turistas que aqui vêm. É importante dizer que há interesse de nossa parte de ao chegar à prefeitura buscar recursos federais através do Ministério das Cidades para trazer o recapeamento para toda a cidade de Salvador. Vamos procurar priorizar aquelas avenidas bem importantes para o trânsito poder fluir bem melhor.

Tribuna - E as avenidas paralelas à Paralela são viáveis? O senhor acredita que a Avenida Atlântica pode ajudar a desafogar o trânsito no cinturão entre Lauro de Freitas e Salvador?

Marinho - Com certeza. Nós temos que usar e preparar essas estradas, ruas e avenidas para poder desafogar o trânsito na Paralela. Sabemos que muitas pessoas não pegam essas ruas alternativas, justamente porque elas estão esburacadas e por conta disso em alguns trechos elas estão escuras e todos ficam com medo de um pneu estourar e ficarem à vontade para o roubo ou alguma maldade. Então é importante preparar essas ruas auxiliares para desafogar o trânsito na Paralela.

Tribuna - E a licitação dos ônibus? Quando as empresas vão ser obrigadas a prestar um bom serviço e se preocupar com a população?

Marinho - Isso aí é o prefeito que tem que ter autoridade para poder cobrar deles, até do ponto de vista de quebrar o contrato por não prestação a contento desse serviço para a população, até porque quem paga o transporte coletivo, a tarifa, é quem mais precisa. A maior parte da população pega ônibus. Se ela não tem um transporte coletivo de qualidade, certamente ficará chateada e na hora que tem que fazer uma renovação de tarifa essa população se revolta porque o serviço não é prestado. Aí é que deve entrar a autoridade do prefeito para cobrar um serviço de excelência para a população que mais precisa.

Tribuna - E em relação à questão social de Salvador? Existe a perspectiva de criação de algum projeto para atender a população de rua?

Marinho - Sabemos que a população de rua de Salvador tem crescido a cada dia. São quase cinco mil pessoas que hoje moram nas ruas de Salvador. É um contingente enorme. O que fazer? A gente sabe que existe a Secretaria de Ação Social do Município, mas que é importante que essa secretaria possa estar trabalhando de forma integrada com as igrejas católica, evangélica, os centros espíritas, as associações, para que elas possam ser um braço apoiador da prefeitura, resolvendo a questão desses moradores de rua que estão hoje se envolvendo a cada dia com as drogas. Então a nossa proposta é usar as associações, as religiões como um braço apoiador para a gente fazer um trabalho social porque as igrejas têm.

Tribuna – Quais as prioridades do senhor à frente da gestão da prefeitura?

Marinho - Nós temos elegido três prioridades: a educação, a saúde e a mobilidade urbana. São três áreas que tocam a vida das pessoas que mais precisam da entrega dos serviços da prefeitura. A saúde que, como eu disse, não vai bem e precisa restaurar, preparar a cidade para isso. As pessoas quando passam mal, o primeiro lugar que elas vão é para o posto de saúde, por isso é preciso ter o material básico para atendê-las. A gente pretende construir um hospital municipal, criar duas maternidades tanto no Subúrbio como também nas Cajazeiras. Pretendemos criar também policlínicas na cidade para atender os exames que se precisam que às vezes as pessoas acabam tendo que ir para os hospitais de alta complexidade para se tratarem. Nós queremos tratar essa questão com muito carinho. Também queremos implantar as dez UPAS que o governo federal deu para a cidade de Salvador.

Tribuna - O senhor acredita que chega fragilizado na disputa por ter atraído apenas um partido para sua aliança?

Marinho – Eu não acredito dessa forma. Até porque a história mostra que na época de Fernando Collor ele foi presidente da República praticamente sozinho. Eu acho que isso muda quando o sentimento das pessoas é de mudança, portanto independe se você tem um ou muitos partidos. Depende muito mais de suas ideias e propostas e que sejam aquelas que as pessoas acatem e que enxerguem como uma oportunidade de melhorarem de vida, melhorar o futuro da cidade para seus filhos e netos. Quando a proposta é boa, você pode ter um partido só, pouco tempo de televisão, as pessoas te apoiam e isso faz a diferença.

Tribuna - Como vê as críticas de que governará sob a influência da igreja?

Marinho - Veja, quando as pessoas colocam esse ponto, eu acho que há exagero e também um pouco de aflição e de desespero pelo fato de estarmos crescendo. Até pesquisas de consumo interno mostram isso. Mas, na nossa administração, nenhuma religião terá influência, mas sim o prefeito, que vai administrar para católicos, evangélicos, espíritas, ateus, para toda a cidade. Hoje temos a clareza de dizer que Márcio Marinho vai administrar para toda a cidade. Chegando à prefeitura, estaremos dando total apoio para a Lavagem do Bonfim, para a festa de Iemanjá, para a Marcha pra Jesus. Estaremos dando apoio à cultura de nosso estado, à cultura de nossa cidade, portanto eu tenho muita tranquilidade nesse sentido. A igreja e nenhuma religião terão domínio sobre a nossa administração. Quem terá domínio em nossa administração será o povo de Salvador.

Tribuna - Em um provável segundo turno, quem teria mais afinidade para o diálogo caso o senhor não vá para o segundo turno?

Marinho – Veja, eu tenho uma relação muito boa com todo mundo. Se você me perguntar caso não vá para o segundo turno para que lado eu vou, eu digo que não tenho ainda um lado definido. O que hoje está me motivando a estar na rua trabalhando é acreditar que as pessoas estão aceitando com muito boa vontade a minha candidatura e vislumbro a possibilidade real de estar no segundo turno.

Tribuna - O senhor vai querer usar a imagem do governo e do governador Wagner, já que o PRB faz parte do governo?

Marinho – Nós apoiamos o governador Wagner nas eleições de 2010 com muita vontade, tranquilidade, transparência porque acreditamos nesse projeto, mas hoje eu não sou o candidato do governador. O candidato do governador é o deputado Nelson Pelegrino. Eu faço parte da base de apoio do governador. Agora eu vou estar debatendo as propostas do meu partido no meu plano de governo.

Tribuna - O senhor acredita que essa aproximação com o governo pode facilitar na busca de projetos?

Marinho - Não tenha dúvidas. Até porque Salvador é o coração do estado. É importante dizer que o governo do estado é co-responsável com a cidade assim como o governo federal. A nossa aproximação permitirá fazer parcerias para que a cidade possa volta a viver.

 

 

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