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      Repórter conta o que viu no incêndio da Kiss

      O repórter fotográfico Wilson Dias contou o que presenciou após a tragédia da boate Kiss, o segundo maior incêndio da história do Brasil, que deixou 242 mortos; "O cheiro era de morte", relatou o jornalista; acidente completa um ano no próximo dia 27

      O repórter fotográfico Wilson Dias contou o que presenciou após a tragédia da boate Kiss, o segundo maior incêndio da história do Brasil, que deixou 242 mortos; "O cheiro era de morte", relatou o jornalista; acidente completa um ano no próximo dia 27 (Foto: Leonardo Lucena)
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      Wilson Dias, da Agência Brasil - Na manhã do domingo estava no hotel, em Porto Alegre, onde a equipe da EBC faria a cobertura do Fórum Social Temático. Estava no quarto, com a televisão ligada, quando foi noticiado o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS). Naquele momento, a informação é que aproximadamente 30 pessoas tinham morrido.

      No restaurante do hotel, o noticiário da televisão, a cada transmissão, anunciava um número maior de mortos. Lembro que avise a equipe: "olha, o telefone vai tocar e vamos para lá". Dito e feito, a redação, em Brasília, entrou em contato e em menos de 30 minutos estávamos na estrada. Pelo rádio, ouvíamos a atualização do noticiário.

      Já em Santa Maria, fomos direto para o Centro Desportivo Municipal, onde os corpos eram levados para reconhecimento e entrega às famílias. Alguns parentes sequer morava na cidade. Lembro que tinha gente de tudo que é lugar porque Santa Maria é uma cidade universitária. Várias vítimas eram de Porto Alegre.

      O clima estava pesadíssimo, choro em todos os lugares, todo mundo perplexo com o tamanho da tragédia. A história que mais me marcou foi o anúncio das vítimas já reconhecidas. A solidariedade dos voluntários também era muito forte. Eles 'ralaram' muito para atender as pessoas, inclusive jornalistas.

      Desde a nossa chegada trabalhamos sem parar. É impossível deixar de se envolver em uma situação como a que encontramos, mesmo com anos de bagagem profissional. Em 52 anos de vida não fui a tanto enterros como os que presenciei em Santa Maria. É muito difícil ter que fazer o seu trabalho vendo o sofrimento dos familiares.

      Na porta da Kiss, onde estive para fotografar o que restou da boate, a sensação, o cheiro era de morte. Um ambiente muito pesado. Essa foi uma cobertura que marcou a minha vida, da qual não gosto de lembrar.

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