Reunião do G-20 termina com promessas e ameaças

Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – "A Europa apostou tudo para trazer uma resposta credível à crise". Com um certo de tom de satisfação, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, deu por encerrado o encontro do G20, em Cannes. Algumas horas antes, o governo da Grécia enterrou de vez o referendo sem sentido anunciado no início da semana. Com isso, o casal franco-alemão Sarkozy e Merkel sai levemente mais fortificados de mais uma reunião sobre a crise.

No plano de ação global para o crescimento apresentado nesta sexta-feira, países com uma situação orçamentária sólida, como a Alemanha e a China, se comprometeram a estimular a economia. Além disso, os membros do G-20 chegaram a um acordo de aumentar os recursos do FMI, se necessário. Essa decisão será tomada em fevereiro.

Para prevenir um alastramento da crise, Sarkozy anunciou que o Conselho de Estabilidade deverá publicar em breve uma lista de 29 grandes bancos – entre eles os franceses BPCE, BNP Paribas, Crédit agricole e Société générale – considerados por seu tamanho um perigo para a economia mundial em caso de falência. Uma série de medidas serão impostas para reforçá-los. Além disso, a França mirou forte contra os onze paraísos fiscais do mundo, entre eles, a Suíça e Lichtenstein. "Nós não queremos paraísos fiscais. A mensagem é clara. Aqueles que continuarem com esse estatuto, serão afastados pela comunidade internacional", declarou Sarkozy.

A menina dos olhos do presidente francês, o imposto global sobre transações financeiras, não obteve a aprovação necessária para ser implementado. Logo, pelo momento, o grande projeto ficará na gaveta.