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Sabotagem da oposição furta a Sergipe R$ 727 mi

Estava tudo certo para que o estado governado por Marcelo Déda (PT) assinasse o empréstimo do de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste), mas os deputados estaduais vetaram; por trás disso, a disputa antecipada de 2014; oposicionistas querem sabotar Déda e eleger o senador Eduardo Amorim, em 2014

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247 - Disputas políticas, em tempos de crise financeira mundial, podem prejudicar economias inteiras e causar transtornos na vida da população. É o que está ocorrendo em Sergipe, onde o Governo petista de Marcelo Déda perdeu maioria no legislativo estadual e viu o pedido de empréstimo de R$ 727 milhões do Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste) ser rejeitado.

Tudo isso porque a oposição deseja eleger o senador Eduardo Amorim (PSC) governador em 2014 e atua hoje na base do "quanto pior, melhor" para prejudicar a imagem da atual gestão. Amorim, até o início deste ano, era aliado de Déda, mas rompeu após um golpe contra a base governista ao articular a escolha antecipada da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para o próximo biênio, sem a participação do PT, PMDB e PSB.

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Desde então, Déda tem penado para aprovar projetos e passará a enfrentar agora problemas econômicos mais sérios. Há dificuldade para pagar o 13º salário dos servidores e manter o programa de obras planejado para os próximos dois anos. Em audiência com a presidente Dilma Rousseff (PT) na semana passada, ele pediu ajuda federal para manter a economia caminhando. A resposta da presidente foi que Déda tentasse reverter a desaprovação ao Proinveste.

Eduardo Amorim, novo líder da oposição estadual, mesmo fazendo parte da base do Governo Dilma, se tornou um ferrenho crítico do petismo sergipano e, durante as eleições deste ano, trouxe a Sergipe o senador tucano Aécio Neves e deu apoio ao ex-governador João Alves Filho (DEM), que se elegeu prefeito de Aracaju.

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De acordo com o governador, "a decisão da Assembleia vai exigir que o Governo reveja prioridades, reelabore o Plano de Investimentos e execute um forte ajuste fiscal e financeiro, em um clima de economia de guerra". Para o vice-governador Jackson Barreto (PMDB), derrubar o Proinveste "é deixar o Estado sem condições de trabalhar e ajudar aos futuros prefeitos". "Pobre Sergipe, com tão pobres, pequenos e mesquinhos políticos", disse.

Para o senador Antônio Carlos Valadares (PSB), que integra a base do Governo Déda, a política sergipana chegou a um dos mais baixos níveis de sua história. "Sob o comando incontrastável de Amorim, deputados estaduais deixaram de ouvir e acompanhar a voz da sensatez e  derrubaram o empréstimo de R$ 727 milhões que o governo da presidente Dilma colocou à disposição do Estado".

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Segundo ele, "a rejeição a esse empréstimo traduz antes de tudo uma postura descomprometida com o futuro de Sergipe de um bloco político que pretende assumir o poder ganhando as eleições de 2014, custe o que custar, até em prejuízo da melhoria das condições de vida de nossa gente".

"Inconsequência política"

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O presidente da Associação Comercial de Sergipe (Acese), Alexandre Porto, diz que a não aprovação do empréstimo representa "grande prejuízo" para o Estado. "Não teremos investimentos públicos, tão importantes para nossa economia. As empresas terão dificuldades e a geração de empregos será retraída", avalia.

De acordo com ele, "Sergipe vive uma crise política, que está penalizando a economia, ocasionada pela inconsequência política do Governo e da oposição", e isso vai tirar o Estado da rota do crescimento econômico experimentado nos últimos anos.

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"A economia do Nordeste está em crescimento e, nos últimos anos, Sergipe estava acima da região. Mas sem o Proinveste, isso será prejudicado, porque o peso do investimento público é muito grande. A ausência de recursos vai criar dificuldades de gerenciamento mais complicadas", afirma.

Segundo relatou Déda, ao ouvir sobre a rejeição do Proinveste durante encontro na semana passada, a presidente Dilma ficou "extremamente chocada". "Ela entendeu que se Sergipe ficar de fora compromete a estratégia de garantir desenvolvimento para todos os Estados", disse.

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Argumento da dívida

O senador Eduardo Amorim e os demais políticos da base usaram como argumento para reprovar o empréstimo a elevação da dívida do Estado. Embora, o Proinveste comprometesse apenas metade da capacidade de endividamento estadual, o grupo argumentava que não havia clareza sobre como o dinheiro seria investido. Eles também reclamaram da falta de diálogo entre Governo e oposição.

No entanto, o próprio Marcelo Déda, mesmo em tratamento contra um câncer no estômago, interrompeu a quimioterapia para explicar o projeto. Em uma entrevista de rádio, de quase duas horas, o governador falou como seria usado o dinheiro do empréstimo e se colocou à disposição da oposição para dialogar.

Oficialmente, Amorim nega que tenha induzido os deputados a rejeitarem o projeto. Segundo Eduardo, o que faltou foi diálogo. "O Governo tem uma atitude imperialista. Não houve nenhum tipo de entendimento, o que houve foi muita pancadaria, muitas ofensas", ressaltou.

Ainda assim, para Eduardo, a não aprovação do projeto foi uma atitude "responsável dos deputados". "Não se pode colocar os problemas embaixo do tapete. Não se pode dar um cheque em branco", afirmou.

O cientista político Helder Teixeira avalia que a reprovação do Proinveste não passa de briga política entre dois grupos, e que a cada dia vai se tornando ainda mais pessoal. Segundo o cientista, negar o empréstimo que iria viabilizar Sergipe é negar o desenvolvimento do estado.

"Diferenças pessoais de ordem políticas existem, agora é preciso ter certa racionalidade, certo espírito público cívico de pensar no futuro do Estado. O argumento da oposição, por exemplo, de dizer que contrair um empréstimo e fazer com que cinco governos futuros paguem esse próprio empréstimo é negar o desenvolvimento", afirmou.

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