Safra pernambucana de cana tem incremento de 5%
Produo total de canas deve girar em torno de 18 milhes de toneladas. Apesar do crescimento, setor reclama dos baixos preos da commodity no mercado internacional.
Tércio Amaral_PE247 – A safra de cana-de-açúcar 2011/2012 deve ser até 5% maior que a registrada no período anterior. Segundo o Sindicato da Indústria de Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), a expectativa é que o estado produza 18 milhões de toneladas de cana, 1,6 milhão de toneladas de açúcar e 370 mil litros de etanol. O bom desempenho da produção é atribuído, principalmente, a estabilidade climática da Região Nordeste. Apesar disto produtores se queixam da baixa rentabilidade da commodity no mercado internacional.
Mas apesar do aumento da produtividade em relação à última safra,o resultado não vem sendo comemorado pelos empresários do setor. De acordo com o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, os produtores de açúcar estão sofrendo uma “baixa autoestima” por conta da alta do dólar no mercado financeiro, o que vem prejudicando as exportações.
“Enfrentamos este ano a alta da moeda e a desvalorização do produto no mercado externo. Além disso, tivemos um aumento dos custos na produção. Não podemos repassar o valor para o mercado, pois o preço da cana está indexado às bolsas internacionais”, lamentou Renato Cunha, referindo-se á recessão econômica que tem afetado as bolsas de valores em nível mundial.Ele observa que a chamada cota america é uma das saídas para os produtores de cana. “Boa parte do que é produzido em Pernambuco vai paraos Estados Unidos. Ou seja, das 900 mil toneladas exportadas pelo estado, cerca de 600 mil a 700 mil vão para esta rota”, completa.
A safra 2009/2010 em Pernambuco totalizou 17,945 milhões de toneladas de canas moídas. Foram fabricadas 1,5 milhão de toneladas de açúcar e 400 mil litros metros cúbicos de etanol, de acordo com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Neste mesmo período, 677 mil toneladas de açúcar da safra de Pernambuco se destinaram ao mercado interno e 835 mil toneladas para exportação.
Especulação imobiliária
Além disto, outro fator tem acendido o sinal de alerta para os produtores pernambucanos. O setor vem enfrentando, ainda, a perda de trabalhadores para o setor industrial. Além disso, áreas que antes eram destinadas à produção de cana-de-açúcar, na Zona da Mata de Pernambuco, estão sendo alvo da especulação imobiliária em função do desenvolvimento econîmico que o estado vem passando nos últimos anos. Por exemplo, este ano foi anunciado um grande loteamento e a instalação de um shopping center no município de Carpina, área de produção sucroalcooleira. A área do empreendimento tem sete milhões de metros quadrados e era destinada à produção de açúcar.
“Este crescimento é natural e é bom para a economia de Pernambuco. Não estamos preocupados com isto. O Estado de São Paulo tem uma economia diversificada e não deixa de ser um grande produtor de cana do Brasil. A região central produz cerca de 90% da cana do país. O que falta aqui é incentivo do poder público”, afirmou, destacando ainda a questão do relevo no litoral nordestino, que por ser acidentado eleva os custos de produção. “Lá o revelo é, em sua maioria, de planície. O produtor tem esta força da natureza”, compara.
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