Sai a primeira CPI do Cachoeira. Em Goiás
Reao do governador Marconi Perillo chega Assembleia. Sua base vai instalar CPI apresentada por seu lder, Helder Valin, a mesma que a oposio no deu conta de aprovar. Ela ser controlada por seus aliados e vai investigar tambm seus adversrios
Goiás 247 – Sob pressão nos últimos dias em virtude de fatos e gravações que mostram a influência de Carlinhos Cachoeira em sua administração, o governador Marconi Perillo resolveu reagir em várias frentes. Em uma delas, pretende realizar em Goiânia um grande ato para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a votar o mensalão. Em outra, articulou para que sua base de apoio na Assembleia Legislativa aprovasse nesta terça a CPI do Cachoeira, o que a oposição ao seu governo tentou e não conseguiu – faltava uma assinatura.
A CPI vai investigar as ligações perigosas do governo tucano, mas terá amplo controle dos governistas. Vai também, com ampla minoria dos oposicionistas, passar a limpo contratos da construtora Delta com prefeituras do PT (Goiânia e Anápolis) e do PMDB (Aparecida de Goiânia e Catalão).
Foi uma manobra rápida. O líder do governo, Helder Valin (PSDB), apresentou o seu requerimento. Conseguiu 16 assinaturas, o suficiente, e todas de governistas. A oposição bem que tentou assinar. Nada. Da Tribuna, o deputado Paulo Cezar Martins (PMDB) chegou a reclamar que os parlamentares oposicionistas foram ignorados.
"Líder Valin, deixe-me assinar o pedido de CPI da base. O da oposição falta apenas uma assinatura, mas a base do Governo não nos permitiu assinar o requerimento”, implorou Martins. “Por favor, nos deixe assinar o documento. Não sou apreciador de CPI, mas é o instrumento que a Casa tem para apurar os indícios apresentados pela imprensa e pela Polícia Federal", insistiu. Em vão (leia mais aqui).
Ainda assim, e em tom de ironia, o deputado Luis Cesar Bueno (PT), autor do pedido da outra CPI, comemorou: "Fico feliz que os deputados da base do Governo tenham colocado a cabeça fora da toca. Creio que os jovens não teriam ido às ruas pedir a saída do Governador (ele fala da manifestação de sábado, o FORAMARCONI) se os deputados tivessem vindo antes ao debate. A imagem que prevalece hoje é a de cumplicidade das autoridades constituintes com o crime organizado. A população de Goiás tem pagado caro por essa relação", disse o petista.
Helder Valin argumentou que o documento ficará na Mesa Diretora e poderá receber novas adesões, e garantiu que a CPI nem é da oposição, nem da situação. "Essa é uma comissão da Casa, que será integrada por deputados de todos os partidos, sendo respeitada a proporcionalidade. O bom andamento dos trabalhos vai depender da contribuição de todos", insistiu.
Pela proporcionalidade, o governo terá os principais postos da comissão, como a presidência e a relatoria. Ao site da Assembleia, Valin afirmou que, tão logo os partidos indicarem os cinco membros da CPI, será marcada a primeira reunião.
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