Samuel lamenta crise do PMDB e tenta culpar Daniel

Goiás 247 - O ex-deputado estadual Samuel Belchior é homem de confiança de Iris Rezende e até ontem (sábado) era o presidente estadual do PMDB. A liminar na Justiça obtida pelo grupo do deputado Federal suspendeu a eleição do diretório e deixou o partido sem comandante. Em entrevista ao Jornal Opção, Samuel não esconde a insatisfação de ver o partido tomada por outra crise interna e, mesmo que indiretamente, culpa o colega Daniel pelo caos.

"Mas, nada, nada, nada justifica levar as questões do partido para a Justiça. Faltou amadurecimento, maturidade política", disse um resignado Samuel. O ex-presidente ainda revela que ficou sabendo que a briga iria parar na Justiça. "Sim. Daniel Vilela me avisou. Quem entrou, na verdade, foi José Essado, mas quem fez foi o Daniel. Depois ele não quis assinar, mas foi ele quem organizou e fez tudo".

O partido vive uma disputa entre Iris e Daniel. O ex-governador dirige o partido há 30 anos, quer ser prefeito de Goiânia no ano que vem e mesmo aos 81 anos não mostra sinais de que deseja passar o bastão. Daniel, filho do prefeito Maguito Vilela, pensa mais adiante, sabe que precisa agir agora. O sonho do deputado é ser o candidato do PMDB ao governo do Estado em 2018 e o primeiro passo em direção a esta meta é minar o poder de Iris e assumir o controle da legenda.

Voltando à questão do diretório, a presidência nacional do PMDB, liderada pelo vice-presidente Michel Temer, nomeia uma comissão provisória para dar sequência ao processo sucessório. "O que chegou para mim foi que há um acerto lá em Brasília, por isso fizeram essa manobra. Tanto que eles não estão questionando a eleição, apenas pediram a suspensão, porque sabem que a partir de sábado eu já não sou presidente do partido. Se eu fosse presidente mais 30 dias, como estão levantando a possibilidade, eu chamo e faço a eleição. Mas eu acho que não tem jeito", afirmou Samuel ao Opção.

Além de ter contado semanal com Temer em Brasília, a vantagem de Daniel Vilela é nítida porque o vice-presidente da República acha que o ciclo de Iris já se esgotou. Ano passado, Temer era apoiador da candidatura do empresário Júnior Friboi ao governo e foi um dos responsáveis por articular a filiação de Friboi, que este ano foi expulso do partido em ação capitaneada pelos iristas.