Santos fecha futebol feminino e futsal

Lucas Reginato _247 - Tinha tudo para ser mais um ótimo ano no Santos. A equipe feminina foi absoluta nos últimos tempos, reunindo títulos sob o comando de Marta, a melhor do mundo, que atuou ao lado de companheiras de Seleção Brasileira que também vestiram a camisa alvinegra. Todo o sucesso, porém, se limitou às quatro linhas do gramado, e o clube, por falta de investidores que pudessem possibilitar a manutenção do time, teve que encerrar as atividades das Sereias da Vila.

Cenário parecido aconteceu com o futsal, que trouxe, em 2010, Falcão, o melhor do mundo na modalidade, para comandar a equipe dentro das quadras. Novamente, o retorno esportivo chegou, e o título de 2011 da Liga Futsal se alojou na Vila Belmiro. Mas a taça não paga funcionário, equipe técnica, jogadores e todo investimento necessário para a manutenção do time, e Falcão foi obrigado a procurar outra quadra para desfilar suas chuteiras – acabou acertando com o Orlândia, tradicional equipe do interior paulista.

Ao todo, seriam necessários cerca de R$ 12 milhões para manter tanto as Sereias da Vila quanto o futsal em 2012. O valor, se comparado ao dinheiro gasto com o time masculino de futebol, nem é tão grande. O problema é que este tem público, tem apelo midiático, tem Neymar, enquanto aqueles aparecem na televisão em horários secundários da programação do canal a cabo.

Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro reclamou da falta de investidores e do interesse nulo do governo em fazer crescer o esporte feminino no País do futebol. A verdade é que não tendo público, nenhuma modalidade vai atrair o dinheiro. Querendo ou não, as duas equipes que tiveram fim não eram acompanhadas pelo público, e seriam mantidas por caridade caso continuassem.

No ano em que o Santos completa 100 anos de idade, conseguiu grandes parceiros para manter Neymar e contratar o Rei Pelé como garoto propaganda para a temporada. Mas a joia santista e a majestade futebolística vão reinar sozinho na baixada, enquanto Falcão, Marta e as outras grandes jogadoras vão procurar outros espaços, muito mais longe dos holofotes, para praticar sua arte.