HOME > Geral

Sartori: “Ninguém está autorizado a falar em nomes”

Eleito governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB) destaca apoio da senadora Ana Amélia Lemos (PP), que concorreu no primeiro turno e no segundo apoiou o ex-prefeito de Caxias do Sul, e do senador Pedro Simon (PMDB), e pede tempo para montar gestão; “Ainda não caiu a ficha”, disse; ele destacou que, primeiro, será organizado o governo para depois nomear a equipe

26/10/2014- Porto Alegre- RS, Brasil- José Ivo Sartori é eleito governador do Rio Grande do Sul. Foto: Luiz Chaves/ Sartori/ 15 (Foto: Roberta Namour)

Jaqueline Silveira
Sul 21 - Em sua primeira entrevista como governador eleito, José Ivo Sartori (PMDB) agradeceu aos companheiros e aliados na coligação e avisou que sua equipe só será conhecida depois do dia 15 de dezembro e até lá ninguém está autorizado a divulgar nomes. Por volta das 19h15min, o peemedebista entrou na sala onde daria a entrevista sob aplausos, gritos de “Sartori, Sartori” e ao som do jingle de campanha.

“Ainda não caiu a ficha”, disse Sartori, logo no início de sua manifestação, antes de responder as perguntas dos jornalistas. Em seu pronunciamento, fez uma lista de agradecimentos, incluindo a senadora Ana Amélia Lemos (PP), que concorreu no primeiro turno e no segundo apoiou o ex-prefeito de Caxias do Sul, e ao Senador Pedro Simon (PMDB), além da equipe da campanha eleitoral. Ele também não se esqueceu da mãe, dona Elsa, que “virou uma grande protagonista da campanha”, segundo o filho agora governador.

Depois, ele contou que recebeu um telefonema do governador Tarso Genro (PMDB), seu adversário no segundo turno, cumprimentando-o pela vitória. “Fiquei gratificado”, acrescentou, sobre o gesto do adversário. Também, segundo Sartori, o petista informou que serão disponibilizados cinco secretários e informações para fazer a transição. “Adversário não é inimigo, nós queremos agregar, juntar. Teremos dificuldade pela frente”, destacou, sobre a disputa eleitoral. Ele voltou a reafirmar que “ainda não caiu bem a ficha, mas já estou calculando o que vem pela frente, a parada é difícil”, referindo-se aos problemas financeiros do governo. “Queremos fazer um projeto de Estado, não um projeto de poder”, complementou o candidato eleito.

O agora governador eleito fez um apelo para que evitem a divulgação de nomes da futura equipe. “Ninguém está autorizado a falar em nomes”, avisou. Ele destacou que, primeiro, será organizado o governo para depois nomear a equipe. Em 10 ou 12 dias, Sartori deverá indicar uma equipe de transição, porém não quis adiantar nenhum integrante, para trabalhar junto à atual administração.

Sem fantasia

“Não espere de nós nenhuma fantasia, nenhuma atitude precipitada, queremos fazer um governo simples, honesto e eficiente”, afirmou o futuro comandante do Estado, sobre as primeiras prioridades ao assumir o governo. Sobre o perfil da equipe que formará, ele defendeu que “tem de combinar técnico com político”. “Se alguém prometeu cargo em meu nome está redondamente enganado”, alertou o peemedebista.

Ele não quis falar sobre os critérios que serão usados para definir a participação dos partidos aliados na composição do seu governo. “Todos são importantes para vida do governo, até aqueles (partidos) que não fizeram parte; a gente sabe que adversário não é inimigo”, enfatizou Sartori, garantindo que nenhum dos aliados “fez imposição nenhuma”. Ele acrescentou que todos os partidos têm a contribuir, inclusive o PSDB e PP, que o apoiaram no segundo turno.

Quanto a cortes para equilibrar as contas do Estado e fusão de secretarias, o governador eleito disse que definirá com sua equipe. “Não vai ser uma decisão pessoal minha, teremos de analisar muito bem”, ressaltou. Quanto à possibilidade de pedir para o governo atual não dar continuidade ao encaminhamento de financiamentos internacionais, ele respondeu que “Tarso é governador legítimo. Todos os atos de governo praticados daqui para frente terão de ser respeitados”, acrescentou Sartori. Apesar de não concordar com os termos do projeto da dívida dos Estados com a União e afirmar durante a campanha que iria defender alteração da proposta, o peemedebista disse que não irá interferir no processo de votação, que deverá ocorrer no mês de novembro. “O governador tem a liderança do processo. Posso até contemporizar, o melhor seria por prestação”, destacou o governador eleito, sobre os termos da negociação.

Mudanças pela frente

Durante a entrevista, Sartori repetiu que serão feitas mudanças e alterações no governo, porém não quis adiantá-las. Questionado sobre alterações na Previdência e no plano de carreira dos professores, o governador eleito afirmou que será preciso fazer gestão da previdência, da saúde para promover a descentralização e regionalização do atendimento. Sobre o plano de carreira, Sartori defendeu “negociação de parte a parte” para encontrar uma solução para o pagamento do piso dos professores. “Vai depender de negociação, alguém cede um ou outro”, completou o peemedebista. Ele aproveitou e se desculpou mais uma vez pela brincadeira que fez com os professores ao afirmar que “piso muito melhor” tem no Tumelero e pregou o diálogo com a categoria. Ele disse que o episódio só serviu para fazer propaganda de graça para a loja de material de construção.