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Secretários e motorista responderão por acidente com trio elétrico

Trio desgovernado matou duas crianças durante o Carnaval, em Nossa Senhora do Socorro; perícia realizada no veículo apontou que o veículo tinha um problema de freios na prancha, mas o carro trator, conhecido popularmente como "cavalinho," tinha freio suficiente para parar o veículo; "essa afirmação da perícia, somada ao fato de que o motorista passou parte da noite na festa "Rasgadinho" após trabalhar durante todo o dia no mesmo trio elétrico, nos leva a concluir que a fadiga tenha motivado o retardamento do uso dos freios", afirma delegado responsável pelo caso

Secretários e motorista responderão por acidente com trio elétrico
Valter Lima avatar
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Sergipe 247 - Reportagem que dá manchete ao Jornal do Dia desta quarta-feira (20) informa que a Polícia Civil, através da Delegacia Especial de Delitos de Trânsito (DEDT), finalizou o inquérito policial que apurou acidente registrado durante o Carnaval deste ano no Conjunto Jardim, em Nossa Senhora do Socorro, que culminou com a morte de duas crianças. O delegado Paulo Ferreira, presidente do inquérito, enviou relatório para a superintendente da Polícia Civil, destacando todo o trabalho desenvolvido no inquérito policial.

A polícia concluiu que alguém "faltou com o dever de cuidado necessário, agindo ou se omitindo, com negligência, imprudência ou imperícia, caracterizando crime culposo". Portanto, foram indiciados Alessandro Siqueira Silva, motorista do trio elétrico, a secretária municipal Renata Maria de Moura Braz e o secretário adjunto do município de Nossa Senhora do Socorro, João Luiz de França, pela morte e lesão das vítimas daquele acidente.

"O trio elétrico iniciou o trajeto sem isolamento do veículo, como é praxe, porque a corda desapareceu quando ia ser colocada. A Secretaria Municipal de Cultura, responsável pela organização, não providenciou pessoas aptas a fazer o isolamento", destacou o delegado Paulo Ferreira.

Já no início da ladeira onde aconteceu o acidente, a corda apareceu na cabine do caminhão e foi colocada e sustentada apenas pelo secretário adjunto e mais quatro servidores da secretaria. "Após reiniciado o percurso, o trio desceu normalmente em torno de 40 metros e, em seguida, desceu mais 20 metros desgovernado, parando após se chocar o veículo da Polícia Militar que trafegava logo à frente do trio", explicou Ferreira.

A perícia realizada no veículo, pelo Instituto de Criminalística de Sergipe apontou que o veículo tinha um problema de freios na prancha, mas o carro trator, conhecido popularmente como "cavalinho," tinha freio suficiente para parar o veículo.
"Essa afirmação da perícia, somada ao fato de que o motorista passou parte da noite na festa "Rasgadinho" após trabalhar durante todo o dia no mesmo trio elétrico, nos leva a concluir que a fadiga tenha motivado o retardamento do uso dos freios", ressaltou o delegado.

A polícia concluiu que o motorista além de ter agido com imperícia, foi imprudente ao descer aquela ladeira com público na frente do trio. "Diga-se de passagem, que ele dispunha da corda na cabine, e só por acaso a corda foi achada pelo secretário-adjunto, minutos antes da descida da ladeira onde aconteceu o acidente, o que vale dizer, que não fosse esse acaso, mais pessoas teriam morrido", relatou o delegado Paulo Ferreira, através do relatório.

O relatório ainda destaca que "a secretária, que tem o controle da gestão municipal nessa área, não providenciou as condições necessárias para que o seu secretário-adjunto organizasse o evento com segurança. Além de escolher o roteiro incluindo a parte da ladeira onde se deu o acidente, não providenciou pessoal e material adequado para o isolamento do trio".

O secretário-adjunto, que ficou com a missão de gerir o evento, segundo o relatório, ao perceber a ausência da corda que seria utilizada para o isolamento ordenou mesmo assim a continuidade da festa, para posteriormente, quando achou a corda por acaso, proceder o isolamento inadequadamente. "Apenas quatro funcionários burocráticos foram empregados para este serviço de isolamento, ou seja, não foi contratado pessoal especializado para essa tarefa".

"Vale ressaltar que além da opção mais adequada, qual seja, organizar o povo atrás do trio elétrico, o secretário adjunto dispunha do outro lado da avenida, que em seu interrogatório ele disse ser 'o plano B. Em sendo assim, é forçoso reconhecer que colocar a massa de foliões, onde 40% eram crianças e adolescentes, na frente de um trio elétrico descendo ladeira é uma atitude imprudente", finalizou o delegado Paulo Ferreira.

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