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Sem acordo, greve nas federais completa 3 meses

Das 59 instituições de ensino públicas do País, 57 aderiram à paralisação que começou em 17 de maio; com ano letivo praticamente perdido, alunos devem ter calendário estendido para o início de 2013; governo apresentou ontem nova proposta para professores, que responderão na próxima semana

Sem acordo, greve nas federais completa 3 meses (Foto: Divulgação)

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247– Sem acordo entre governo federal, professores e técnicos administrativos, a greve nas Universidades Federais completa três meses nesta sexta-feira 17. As duas categorias foram as primeira a iniciar a paralisação que hoje atinge mais de 350 mil funcionários públicos, em diversos setores e Estados. Reunião ocorrida nesta quinta-feira no Ministério do Planejamento tornaram as coisas ainda mais graves. O governo manteve a proposta de reajuste de 15,8% em três parcelas até 2015, além do atendimento de vários aspectos da carreira, mas os sindicalistas ainda não deram uma resposta e, enquanto isso, a greve é mantida. Além dos professores, os técnicos administrativos estão em greve desde 11 de junho. Em algumas universidades, a paralisação dos servidores também atrapalha o calendário, já que serviços como o lançamento de notas e matrículas podem ficar comprometidos.

Representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) vão levar a proposta, que já havia sido rejeitada, para assembleia e, até a próxima semana, darão uma resposta definitiva. Uma nova reunião com o governo foi marcada para a próxima quarta-feira 22, data em que haverá encontro também com outros servidores, de vários lugares do País. Entre as reivindicações dos servidores, estão o aumento do piso salarial em 22,8% e a correção das pendências da carreira desde 2007.

"É complicado [dizer que vai haver acordo], pois o patamar de reajuste continua o mesmo. A categoria já havia rejeitado [a proposta], mas as coisas mudam e vamos esperar para ver o que a categoria vai decidir", afirmou o coordenador-geral do Sinasefe, Gutemberg Almeida. Para o secretário de relações de trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, a proposta do governo é boa, pois assegura a cerca 180 mil servidores a manutenção do poder de compra dos salários. Ele espera agora que os servidores "reconheçam o esforço feito pelo governo em um momento de conjuntura internacional bastante difícil" e aceitem a proposta.

O impacto no Orçamento da proposta apresentada pelo governo seria de R$ 2,9 bilhões nos próximos três anos. Só para 2013, o custo atingiria R$ 670 milhões. A proposta inicial iria custar R$ 1,7 bilhão a mais na folha de pagamento. Iniciada em 17 de maio, a greve nas federais teve adesão quase total no País. Das 59 instituições públicas de ensino, 57 aderiram à paralisação. As únicas a ficar de fora foram a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei).

Ano letivo prejudicado

Com a paralisação durando 90 dias, aumenta a probabilidade de que o calendário letivo de 2012 tenha que ser estendido até o início de 2013. Em entrevista concedida no fim de julho, o reitor da UnB, José Geraldo, afirmou apostar na reposição de aulas quando a greve for encerrada. "O semestre letivo não coincide com o ano fiscal. É provável que a gente entre [com as atividades letivas] em 2013 com a reposição. Mas já vivemos experiências de outras greves em que foi possível organizar isso de modo qualificado", disse. Reitores das cinco regiões do País entrevistados pela Agência Brasil na ocasião descartaram a possibilidade de cancelar o semestre e apostam na reposição.

Com informações da Agência Brasil

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