Sem Fifa, estádios sofrem queda de padrão no Brasil
As instalações para a imprensa foram desmontadas, ruas de acesso aos estádios sofrem com o congestionamento e o alto preço dos ingressos tem deixado muitos assentos vazios; "Eles tiraram as mesas, as cadeiras, a Internet, tudo, e nós tivemos que trabalhar com nosso equipamento apoiado sobre os bancos de reservas", reclama Rener Lopes, radialista da estação Esporte Brasília
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Por Andrew Downie
SÃO PAULO, 23 Jul (Reuters) - As condições dos novos estádios construídos no Brasil para a Copa do Mundo pioraram desde o fim da Copa das Confederações e o início dos jogos do Campeonato Brasileiros nas arenas, de acordo com torcedores e jornalistas, que acusam as autoridades responsáveis pelos locais de adotar padrões distintos.
As instalações para a mídia foram desmontadas, ruas de acesso aos estádios sofrem com o congestionamento e o alto preço dos ingressos tem deixado muitos assentos vazios.
"Eles tiraram as mesas, as cadeiras, a Internet, tudo, e nós tivemos que trabalhar com nosso equipamento apoiado sobre os bancos de reservas", disse Rener Lopes, radialista da estação Esporte Brasília.
"Nós tínhamos que ter cuidado com o que dizíamos, porque se a gente dissesse alguma coisa que os torcedores atrás da gente achassem que fosse ruim para o time deles, eles gritavam."
Comparando as instalações do Estádio Nacional de Brasília durante a Copa das Confederações, no mês passado, e nos jogos organizadores pela Terracap, que administra a arena para o governo local, o torcedor André Dória afirmou: "Há uma padrão para a Fifa e outro para o brasileiro".
O estádio, que foi elogiado pela Fifa quando recebeu o jogo de abertura da Copa das Confederações, foi uma das seis arenas utilizadas na competição, considerada um teste para a Copa do Mundo do ano que vem.
A Fifa assumiu a administração das seis arenas semanas antes do torneio e realizou a colocação de sua própria estrutura temporária, incluindo modernos centros de imprensa.
Centenas de voluntários da Fifa e seguranças privados trabalharam para garantir o bom funcionamento dos serviços durante o torneio e contaram com a colaboração dos governos para o fechamento de ruas no entorno dos estádios para facilitar o acesso.
Mas, desde o fim do torneio, os centros de imprensa foram removidos, não há mais o mesmo número de funcionários à disposição dos torcedores e, com as ruas abertas normalmente, os torcedores têm enfrentado tráfego intenso para chegar aos jogos.
"A Fifa tem um padrão de administração que é totalmente próprio", disse Ricardo Araújo, consultor de administração de estádios e autor do blog Novas Arenas.
"Fora desses eventos, a responsabilidade é transferida às concessionárias, e não me parece que elas estejam prontas para administrar o dia a dia."
Funcionários da Terracap, a agência responsável pelo estádio de Brasília, reconheceram que foram feitas mudanças após o primeiro jogo no estádio e prometeu que eles vão continuar melhorando os serviços.
O secretário especial de Brasília para a Copa do Mundo, Claudio Monteiro, disse que as mudanças vão melhorar o funcionamento da arena.
"Reconheço que há deficiência na forma como os fãs são tratados", disse. "A Fifa fez tudo, e hoje eu não posso oferecer tudo que eu gostaria."
"Hoje os clubes estão aprendendo. Nós só vamos atingir esse padrão após a Copa do Mundo, até lá vamos continuar melhorando."
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