Sem iPad, Paulo se recusa a participar de debate

Goiás247_ Encontro entre assessores dos candidatos a prefeito de Goiânia e a direção da TV Record, que ocorreu na tarde de hoje, terminou em impasse. Representantes dos oito postulantes ao Paço Municipal se reuniram para discutir as regras para o debate da emissora, agendado para o dia 1º de outubro, às 23 horas. Sete deles concordaram com as normas da televisão. Apenas um foi contra: o coordenador de comunicação da campanha de Paulo Garcia (PT), Iram Saraiva Júnior (PMDB).

A direção da emissora comunicou aos assessores que, por recomendação expressa da TV Record Nacional, está proibido o uso de tablets, iPhones e quaisquer outros dispositivos móveis para auxílio dos candidatos durante o debate. Iramzinho bateu o pé e disse que, sem iPad, Paulo não vai ao debate. Eventual mudança de regras exigiria o consentimento de todos os outros assessores, o que não aconteceu. A "cola eletrônica" permaneceu vetada e o prefeito, inconformado, está fora do debate.

Paulo transformou o uso de aparelhos eletrônicos em prática recorrente nos debates eleitorais de 2012. Não há pergunta ou resposta que parta do prefeito sem que, antes, ele consulte seu tablet. Estas plataformas eletrônicas permitem que ele fique em contato permanente com os responsáveis pelo marketing da campanha que, no final das contas, são os que participam do debate.

Iramzinho discorda, porém. O coordenador de comunicação da campanha petista entende que o IPad é artifício mais do que válido para orientar os candidatos e disse que a querela em torno dos tablets foi criada só para Paulo não participar do debate.

O revide veio na hora. A assessora do candidato Elias Júnior (PMN), Mariana Lourenço, lembrou que política existe há séculos e que os grandes debatedores da história nunca precisaram de iPads para vencer adversários. "Se Paulo quer cola, é porque desconhece a administração".

Sérgio Gonçalves, que representava Isaura Lemos (PCdoB) na reunião, reclamou que o PT tem histórico de fugir dos debates em reta final de eleições, a exemplo do que ocorreu com Pedro Wilson em 2004 e Darci Accorsi em 1992. "O tablet serve só para o assessor passar informação, o que é dispensável. O candidato tem que estar preparado".

A jornalista Gissel Briceño, produtora da TV Record local, disse que o uso de dispositivos móveis não foi acordado com a Record nacional e que ela levaria a reclamação para a cúpula da emissora. Os sete outros assessores, por sua vez, disseram que não aceitam mudanças nas regras. Iramzinho e a assessora de imprensa de Paulo Garcia, Renata Vieira, deixaram a reunião antes do fim. Mas a tempo de ouvir uma provocação da assessoria de José Netho (PPL), que perguntou se ela tinha visto a pesquisa Veritá/TV Record/O Hoje publicada nesta terça-feira. A pesquisa mostrou as ascensões de Jovair Arantes (PTB) e de Simeyson Silveira (PTC) e confirmou o segundo turno. Pelo menos por enquanto.