Sem saber quem disputará o Governo, alianças para 2014 ainda são prematuras
A principal questão é quem serão os candidatos a governador; hoje, despontam o vice-governador Jackson Barreto (PMDB), o senador Eduardo Amorim (PSC) e o prefeito João Alves Filho (DEM); no entanto, como ainda não há confirmações, partidos trabalham com diversos cenários: PSC teme candidatura do DEM, PT não se anima com apoio do DEM a Jackson, PSB pode lançar candidato caso Eduardo Campos disputa a Presidência da República, PSDB pode crescer se João for candidato e os tucanos passarem a administrar a prefeitura da capital
Valter Lima, do Sergipe 247 – Daqui a um ano, os partidos políticos estarão todos passando pelo processo de finalização das alianças com vistas ao pleito eleitoral que definirá novos deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente. Em Sergipe, diante deste prazo, que, a depender do observador, parece pequeno ou, extremamente, longo, não dá para fazer previsões sobre como se assentarão as siglas partidárias na montagem dos palanques eleitorais.
A principal questão colocada é quem serão os candidatos a governador. Hoje, despontam o vice-governador Jackson Barreto (PMDB), o senador Eduardo Amorim (PSC) e o prefeito João Alves Filho (DEM). Dos três nomes colocados, o terceiro aparece nas pesquisas internas como favorito. Ele é também aquele que sofre o maior assédio de políticos aliados dos outros dois possíveis candidatos para não disputar o pleito e lhes dar apoio.
Recentemente, sugestão do vereador Robson Viana (PMDB) de que João poderia ser o candidato a senador de Jackson gerou muita polêmica. Da mesma forma, repercutiu muito declaração do vice-presidente do PSDB Estadual, Antônio Neto, jovem liderança totalmente alinhada a Eduardo Amorim, de que a candidatura de João ao Governo seria uma traição ao povo e de que o grupo que hoje administra a prefeitura da capital deveria dar apoio ao candidato do PSC.
Na semana passada, o próprio João Alves disse que discutir questões eleitorais de 2014 seria realmente uma traição aos aracajuanos. Mas não descartou, quando questionado pelo Sergipe 247, a possibilidade de tratar do tema na hora que lhe parece mais certa, no próximo ano. Além disso, sobre a possibilidade de João alinhar-se a Jackson, o deputado federal Rogério Carvalho, presidente do PT, partido que demonstra mais repulsa a este acordo, diz que, sinceramente, não acredita nesta aliança.
Mas Rogério também não desacredita totalmente: “Se for fechado algum acordo neste sentido (aliança PMDB-PT-DEM), fica de fora a chapa majoritária, pois já temos candidato a governador, que é Jackson Barreto, e ao Senado, que é o governador Marcelo Déda. Na verdade, quem deve conduzir o processo é o candidato a governador. O PT não abre mão da candidatura de Marcelo Déda ao Senado”, disse o petista em entrevista ao Jornal da Cidade.
Diante de tantas incertezas, objeções e imposições, os três possíveis candidatos ao Governo preferem não falar abertamente sobre o assunto. Jackson, envolvido com questões administrativas, no exercício do cargo de governador, prefere tangenciar quando questionado sobre o assunto. João coloca também os problemas da prefeitura como o argumento mais decisivo para não tocar no tema. E Eduardo não admite nem mesmo que seu nome é a única opção do seu grupo.
Entre os partidos e políticos aliados, sobram especulações e há interesses outros envolvendo o debate.
O PSC e companhia quase ilimitada, por exemplo, temem uma candidatura de João, diante do potencial de votos do demista no eleitorado mais conservador, que tenderia a optar por Eduardo. O PT, por sua vez, não vê com bons olhos a aproximação de Jackson e João, pois vê nisto o encolhimento do seu espaço num possível Governo gerido pelo PMDB. O presidente do PT, Rogério Carvalho, disse na sexta-feira (7) durante o programa de George Magalhães que se o PMDB não considerar mais a importância do partido que hoje governa o Estado, o PT poderá lançar candidato próprio a governador.
O PSB, do senador Antônio Carlos Valadares e do deputado federal Valadares Filho, é o partido mais quieto neste momento. Já se falou muito da possibilidade da sigla lançar candidato próprio ao Governo caso Eduardo Campos, governador de Pernambuco, dispute o mandato de presidente, mas o tema perdeu força mais recentemente. Uma ala do PSDB acredita que a candidatura de João abriria espaço para o fortalecimento da legenda, uma vez que passaria a administrar a principal prefeitura do Estado.
Na definição das alianças, cada partido priorizará o que lhe for mais conveniente. Após oito anos do Governo petista de Marcelo Déda se abrirão novos horizontes às agremiações e aos políticos sergipanos. O resultado das urnas em 2014 também será decisivo para o futuro político de todos os três possíveis candidatos. Por isso, haverá muita cautela sobre os passos dados até que o 1º dia de julho de 2014 possa nascer com cada grupo fechado em torno de seus candidatos.
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