Servidores da segurança convocam greve e alertam população
Representantes do chamado Bloco da Segurança, que reúne as lideranças sindicais da Polícia Civil, Brigada Militar, IGP, Susepe e Corpo de Bombeiros, protestaram em frente ao Palácio Piratini contra o novo parcelamento de salários anunciado pelo governo de José Ivo Sartori; além da manifestação, após a confirmação de que os servidores do Executivo receberiam apenas R$ 650 na primeira parcela de seus salários, os servidores da área também definiram trabalhar em regime de "operação-padrão" até que os vencimentos sejam integralizados
Luís Eduardo Gomes, Sul 21 - Representantes do chamado Bloco da Segurança, que reúne as lideranças sindicais da Polícia Civil, Brigada Militar, IGP, Susepe e Corpo de Bombeiros, protestaram no final manhã desta sexta-feira (29) em frente ao Palácio Piratini contra o novo parcelamento de salários anunciado pelo governo de José Ivo Sartori. Além da manifestação, após a confirmação de que os servidores do Executivo receberiam apenas R$ 650 na primeira parcela de seus salários, os servidores da área também definiram trabalhar em regime de “operação-padrão” até que os vencimentos sejam integralizados.
“Os servidores já não aguentam mais. São meses sem nenhuma perspectiva de essa insegurança salarial ter fim”, afirma Flávio Berneira, presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do RS (Amapergs).
“Nós chegamos no fundo do poço. Esse governo do PMDB está sendo um desastre para o povo gaúcho, para o servidor e o serviço público”, complementa Isaac Ortiz, do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Policia Civil do RS (Ugeirm).
Para Aparício Santellano, presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), a indignação é maior porque a parcela de salário paga, em muitos casos, nem chega a cair na conta dos servidores. “É inadmissível o que o governo está fazendo. Os brigadianos já estão devendo o que entra na conta e o Banrisul caça tudo. Hoje, 70%, 80% das pessoas não receberam nada”, afirma.
A situação no Estado levou a um cruzamento de protestos nesta sexta. Em frente ao Piratini, os trabalhadores da área de segurança protestaram simultaneamente com os servidores do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS), que vêm se manifestando no local desde o início da semana. Eles pedem reajuste salarial e reestruturação do atendimento do órgão ao público.
Operação-padrão
Desde a 0h desta sexta, as categorias que compõem o Bloco de Segurança estão atuando na chamada “operação-padrão”, que significa a redução das atividades a um nível mínimo.”Operação-padrão só se encerra com a integralização salarial. Isso deve se repetir todos os meses em permanecendo essa situação”, diz Flávio, da Amapergs.
Segundo ele, os serviços administrativos, de atendimento técnico, jurídico e psicológico e de acompanhamento de presos para audiências judiciais será interrompido. “Isso vai ter um impacto muito forte, mas é a forma dos servidores de mostrar indignação com o que está acontecendo”, afirma.
Leonal Lucas, presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), entidade que representa os servidores de nível médio da Brigada Militar (BM), explica que o sindicato orientou os policiais militares a trabalhar apenas quando todos seus aparelhos estiveram em dia – o que muitas vezes acaba sendo relevado.
“Viaturas que não tiverem condição de rodagem não vão rodar. Quem tiver com colete vencido, coturno e fardamento que não têm condição de uso, vai até o superior e vai avisar que não tem condições de trabalho”.
Ortiz, da Ugeirm, explica que os servidores da Civil estão orientados a não realizar nenhuma operação. “Nós não vamos fazer operação nenhuma até que essa situação seja regularizada. Daqui para a frente, nós vamos ter que combater esse governo que está sendo uma tragédia. Olha só quantos gaúchos estão perdendo a vida todos os dias, inclusive policiais, e esse governo está inerte, desastroso para a segurança pública”, diz.
As categorias ainda estão convocando uma paralisação de 15 horas para a próxima quarta-feira. “No dia 4, nós vamos fazer 15h de paralisação a partir das 6h da manhã, até as 21h. Fazemos um chamamento para que toda a Brigada Militar, Polícia Civil, IGP, Susepe e Bombeiros façam uma paralisação, cruzem os braços, e para que a população não saia para a rua no dia 4, porque não vai ter segurança”, diz Santellano, da Asstbm.
A expectativa é que a paralisação tenha grande adesão da categoria. “É impossível o servidor que não está recebendo salário concordar com esse tipo de procedimento num governo que foi eleito para administrar e, no mínimo, pagar o servidor que trabalhou 30 dias”, complementa o policial.
Protesto no CAFF
Por volta do meio-dia, representantes do Centro de Professores do Estado (Cpers), do Sindicato dos Técnicos-Científicos do RS (Sintergs) e de outros sindicatos realizaram outro protesto contra o governo em frente ao Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF). Eles cortaram um bolo simbólico para representar o primeiro aniversário do parcelamento dos salários pela gestão Sartori.
O protesto também contou com uma apresentação do grupo Levanta Favela, que acusou o governador de ser uma marionete do Grupo RBS e encenou um “túnel da privatização” para criticar a gestão Sartori.
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