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Servidores pressionam prefeitura de Porto Alegre

Os servidores do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) deram uma demonstração da força de mobilização da categoria ao marcharem, sob forte chuva, da frente do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) até o prédio novo da prefeitura, na Avenida Siqueira Campos; em greve há sete dias, os municipários ocuparam todas as pistas da Avenida Osvaldo Aranha na direção do Centro de Porto Alegre, as centenas de pessoas que participavam da mobilização ocupavam cerca de uma quadra

Os servidores do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) deram uma demonstração da força de mobilização da categoria ao marcharem, sob forte chuva, da frente do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) até o prédio novo da prefeitura, na Avenida Siqueira Campos; em greve há sete dias, os municipários ocuparam todas as pistas da Avenida Osvaldo Aranha na direção do Centro de Porto Alegre, as centenas de pessoas que participavam da mobilização ocupavam cerca de uma quadra (Foto: Leonardo Lucena)

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Luís Eduardo Gomes, Sul 21 - Os servidores do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) deram uma demonstração da força de mobilização da categoria ao marcharem, sob forte chuva, da frente do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) até o prédio novo da prefeitura, na Avenida Siqueira Campos, na manhã desta quarta-feira (27).

Em greve há sete dias, os municipários começaram a marchar a partir das 10h30 na Avenida Osvaldo Aranha. Acompanhados de escolta da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), os servidores ocuparam todas as pistas da via na direção do Centro de Porto Alegre – as centenas de pessoas que participavam da mobilização ocupavam cerca de uma quadra.

Por cerca de uma hora e 20 minutos e sob a forte chuva que não deu trégua, os municipários marcharam por um trajeto que passou pela Osvaldo Aranha, Túnel da Conceição, a frente da Rodoviária, Avenida Mauá, Borges de Medeiros, até, por volta das 11h50, chegarem à Siqueira Campos, que foi fechada na altura da prefeitura para o prosseguimento da mobilização da categoria.

O único incidente ocorreu na esquina da Osvaldo Aranha com a rua General João Teles, quando um ônibus da linha D43 Universitária tentou furar o bloqueio da EPTC. Os grevistas vaiaram o motorista, chamando a atenção de que 'trabalhadores não deveriam interromper a mobilização dos trabalhadores'.

Charanga acompanhou a marcha

Ao longo do trajeto, os municipários foram acompanhados por um carro de som e uma animada charanga. Com músicas inspiradas em torcidas de futebol, marchinhas de Carnaval e canções populares, os servidores gritavam palavras de ordem contra o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, e o vice, Sebastião Melo, exigindo que eles cedessem às reivindicações.

O momento de maior empolgação da marcha foi a passagem pelo túnel da Conceição, quando eles entoaram o principal canto do movimento: “Somos…municipários…e o Fortunati…vai ter que negociar”.

“A gente espera que o Sebastião Melo tenha sensibilidade de nos receber para a mesa de negociação. Nossa expectativa é de avançar na negociação”, disse Silvana Conti, diretora-geral do Simpa, em avaliação sobre a marcha. “Nós temos uma assembleia marcada para as 14h de amanhã (28) e ali nós decidimos os nossos rumos”, completou.

Proposta da prefeitura ainda não agrada

Na terça-feira, servidores e representantes da prefeitura se reuniram para uma nova rodada de negociações. As propostas da prefeitura, no entanto, não agradaram a categoria, que votou no mesmo dia a permanência da greve.

Os municipários, porém, saudaram a decisão da prefeitura de retirar da pauta de votação da Câmara um Projeto de Lei sobre o efeito cascata, que, segundo a categoria, ameaça reduzir o salário dos municipários em até 30%.

A prefeitura promete enviar para a Câmara de Vereadores, em até 30 dias, um projeto que garanta os vencimentos passados, presentes e futuros da categoria. Contudo, para encerrar a greve, os municipários exigem que um novo PL seja encaminhado com urgência para a Câmara.

A categoria também segue irredutível em não aceitar o parcelamento do reajuste ou ao menos que a proposta da prefeitura – o índice da inflação, 8,17%, em três vezes, com a última em maio de 2016 – seja modificada para que, quando o reajuste for concedido, seja retroativo a maio deste ano.

Antes da saída do movimento, Solange Correa, também diretora-geral do Simpa, reconheceu o avanço na posição da prefeitura nas negociações, mas salientou que ainda há divergências. Ela também afirmou que o objetivo da marcha era informar a população sobre a mobilização. “O objetivo da marcha é dialogar com a população os motivos pelos quais os municipários estão mantendo as escolas paradas, os postos de saúde, a Fasc, etc.”, disse.

Solange afirmou que, na assembleia de terça-feira, a categoria construiu uma contraproposta em que a categoria pede que um novo Projeto de Lei sobre o efeito cascata seja encaminhado com urgência para a Câmara de Vereadores, o abono das faltas  dos servidores nos dias de greve, o não parcelamento do reajuste salarial e o estabelecimento de um grupo de trabalho para avançar nas pautas da categoria.

Mobilização começou cedo

A mobilização dos municipários começou às 8h em frente ao HPS. Apesar de, com o passar do tempo, os servidores lotarem o saguão do hospital, o atendimento transcorreu normalmente no início da manhã.

Para se proteger da forte chuva e do vento, eles se esgueiravam embaixo de três barracas. Apesar das condições precárias, começaram a puxar cantos como: “Tem pros fiscais, tem pros vereadores, só não tem pros demais trabalhadores” e “Pode chover, pode molhar, mas o prefeito vai ter que negociar”.

O comando de greve do Simpa deve voltar a se reunir na tarde desta quarta-feira, a partir das 15h. A expectativa é que também ocorra uma nova reunião com o vice-prefeito Melo.

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