Servidores protestam contra divisão do IPE em duas autarquias
Dezenas de servidores estaduais se reuniram em um protesto em frente à sede do Instituto de Previdência do Rio Grande do Sul – IPERGS, contra a decisão governamental de dividí-lo em duas autarquias, uma para a saúde e outra para a previdência; a categoria alega que não houve qualquer tentativa de debate por parte do governo de José Ivo Sartori (PMDB); presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer. “Já cansamos de defender o IPE e vamos continuar em nossa defesa intransigente”; sindicalista afirmou não admitir qualquer mudança que não passe por uma discussão com os “verdadeiros donos, que somos nós, os servidores públicos”
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Gregório Mascarenhas, Sul 21 - Dezenas de servidores estaduais se reuniram, na manhã desta terça-feira (22), em um protesto em frente à sede do Instituto de Previdência do Rio Grande do Sul – IPERGS, contra a decisão governamental de dividi-lo em duas autarquias, uma para a saúde e outra para a previdência. Trata-se, para eles, do “início de uma nova luta” em defesa do instituto, sob o argumento de que não houve qualquer tentativa de debate, por parte do governo de José Ivo Sartori (PMDB), a respeito da divisão. Foi o primeiro ato do dia, já que trabalhadores ainda partiram para a frente da Assembleia Legislativa para acompanhar a possível votação de projetos considerados prejudiciais para o funcionalismo estadual.
A manifestação desta manhã foi “só o começo” para a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer. “Já cansamos de defender o IPE e vamos continuar em nossa defesa intransigente”, disse. A sindicalista afirmou não admitir qualquer mudança que não passe por uma discussão com os “verdadeiros donos, que somos nós, os servidores públicos”. Dividir o instituto em dois, para o sindicato, é “criar cargos para negociar apoio político” e também um primeiro passo para uma privatização da previdência e da saúde. “Por que o governo não vem discutir com os servidores, em audiências públicas, para a gente dar a nossa opinião? Quando se esconde o que está fazendo é porque não é boa coisa para o servidor”, argumentou.
Helenir adverte para o fato de que já esteve em discussão a federalização do IPE-Saúde – “e, ao fazer uma autarquia, ninguém nos garante que não é para mais facilmente privatizar ou mesmo uma ‘privatização entre aspas’, fazendo convênios com os planos de saúde. Nós precisamos começar a discutir e ficar por dentro de tudo que está sendo proposto, lendo no projeto. Não dá para escutar o que nos dizem, as entrevistas que dão na rádio. Para mim, isso é só uma forma de desmobilizar e para que não tenhamos conhecimento do que está sendo posto”, disse a sindicalista.
Servidores argumentaram também que a média salarial das categorias que compõe o funcionalismo estadual é baixa, e que muitos trabalhadores prestaram concurso pensando no atendimento de saúde oferecido pela autarquia. “Um milhão de segurados do IPE-Saúde, se partirem para o SUS, será o caos para a saúde rio-grandense”, alertou uma servidora.
Trabalhadores partiram, por volta das 11h, para a frente da Assembleia Legislativa, no centro, onde há uma vigília por conta de votações que podem ocorrer nesta tarde. As PEC 242 – que extingue licença-prêmio assiduidade – e a 261 – que retira a possibilidade de servidores contarem o tempo que tenham trabalhado em órgãos municipais ou federais para aposentadorias – podem ser votadas em segundo turno hoje, já que estão entre os 49 projetos aptos para definição no parlamento. A decisão se elas entrarão na pauta ou não será tomada na reunião de líderes partidários, que acontece no final da manhã de terça.
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