Setor canavieiro pede ações de combate à seca
Representantes de 12 mil produtores de cana de açúcar se reúnem hoje com deputados estaduais para discutir medidas técnicas e emergenciais visando amenizar os efeitos da seca em Pernambuco; os agricultores já tiveram redução de 50% no faturamento, com um prejuízo de R$ 700 milhões; a estiagem já afetou 125 dos 184 municípios pernambucanos e 1,2 milhão de pessoas no Estado.
Leonardo Lucena_PE247 – Hoje, às 15h, representantes de 12 mil produtores de cana de açúcar e deputados estaduais discutirão medidas técnicas e emergenciais para amenizar os efeitos da seca no Grande Expediente Especial da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A estiagem já afetou 125 dos 184 municípios pernambucanos e 1,2 milhão de pessoas no Estado. Os agricultores já tiveram redução de 50% no faturamento, com um prejuízo de R$ 700 milhões. O setor, que há 10 anos empregava cerca de 250 mil trabalhadores, é responsável por 100 mil postos de trabalho atualmente. A iniciativa foi do deputado estadual Aloísio Lessa (PSB) e do presidente da Casa, Guilherme Uchôa (PDT).
De acordo com o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), Alexandre Lima, o foco do encontro desta tarde será discutir alternativas para a Zona da Mata, onde se concentra a produção de cana estadual. “Vamos negociar mais recursos para a Zona da Mata. Estamos tentando viabilizar a continuidade de produção no setor”, acrescentou. Os trabalhadores reivindicam, por exemplo, fertilizantes e contratação de mão de obra, além da construção de mais barragens.
Segundo o dirigente, os fornecedores são responsáveis por 37% da produção de cana no Estado. Além disso, já houve queda de 15% no valor da matéria-prima da cana. Cerca de 35 mil trabalhadores dependem das atividades ligadas ao setor canavieiro. Vale ressaltar o Sindicato das Indústrias do Açúcar e Álcool (Sindaçúcar-PE), previu, em agosto, a produção de 17,4 milhões de toneladas de cana para a próxima safra (março de 2012 a setembro de 2013), um redução de 25% em relação a safra do anterior. Depois, em outubro, uma revisão encolheu ainda mais a perspectiva de produção, que foi estimada em 14, 5 milhões de toneladas.
A situação é crítica. Entre março e setembro deste ano choveu apenas 629,4 milímetros (mm) na Zona da Mata pernambucana, uma redução de 50,25% ante o mesmo período do ano passado, quando o índice pluviométrico apontou 1.240,1mm. O Governo Federal aprovou, no mês passado, financiamento de R$ 381 milhões a ser repassado pelo Ministério de Defesa para os municípios nordestinos a fim de ajuda-los na construção de barragens e para a aquisição de carros-pipa. Além disso, no começo do ano já havia aprovado um pacote de R$ 2,7 bilhões para combater os impactos da maior seca dos últimos 40 anos na região Nordeste.
Também ficou decidido que o Governo Estadual iria liberar a contratação de 846 carros-pipa e aprovada a liberação de R$ 168 milhões para a construção de 440 barragens e 1.175 cisternas em todo o Estado. Além disso, o Banco do Nordeste (BNB) está liberando crédito com valores entre R$ 2,5 mil e R$ 100 mil, com juros variando entre 1% e 3,5% ao ano, para os pequenos e médios produtores.
Após a reunião na Alepe, os produtores de cana, representados pela AFCP, se encontrarão com governador em exercício, João Lyra Neto (PDT) para apresentarem um documento sobre as reivindicações do setor acerca do problema.
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