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Shoppings fecham mais cedo em SP por causa de rolezões

Os shoppings Campos Lindo e Jardim Sul fecharam as portas por volta das 17h temendo os 'rolezões' marcados por sem-teto para a tarde desta quinta-feira (16) na zona sul da cidade; o Campo Limpo havia conseguido na Justiça uma liminar contra o evento, mas ainda assim preferiu fechar mais cedo; o Jardim Sul fechou as portas, porque era lá onde ocorreria o rolezão organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e por outros coletivos da periferia; cerca de 400 pessoas fizeram caminhada até os dois shoppings  

Os shoppings Campos Lindo e Jardim Sul fecharam as portas por volta das 17h temendo os 'rolezões' marcados por sem-teto para a tarde desta quinta-feira (16) na zona sul da cidade; o Campo Limpo havia conseguido na Justiça uma liminar contra o evento, mas ainda assim preferiu fechar mais cedo; o Jardim Sul fechou as portas, porque era lá onde ocorreria o rolezão organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e por outros coletivos da periferia; cerca de 400 pessoas fizeram caminhada até os dois shoppings   (Foto: Valter Lima)

247 - Dois shoppings de São Paulo - Campos Lindo e Jardim Sul - fecharam as portas por volta das 17h temendo os 'rolezões' marcados por sem-teto para a tarde desta quinta-feira (16) na zona sul da cidade. O horário normal de funcionamento dos centros de compras é as 22h. O Campo Limpo havia conseguido na Justiça uma liminar contra o evento, mas ainda assim preferiu fechar mais cedo. O Jardim Sul fechou as portas, porque era lá onde ocorreria o rolezão organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e por outros coletivos da periferia.

A liminar concedida ao shopping Campo Limpo diz que "embora [os shoppings] sejam locais abertos ao público, são empreendimentos privados". " Não se trata de 'via pública', não se constituindo em local próprio e apropriado ao exercício do direito de liberdade de reunião e manifestação", completa a decisão.

O juiz Alexandre David Malfatti, da 7ª Vara Cível, determina ainda que sejam comunicados da decisão com urgência, ao comando da Polícia Militar do Estado e ao Corpo de Bombeiros e determinou pena de multa diária no valor de R$ 5.000 caso a decisão seja descumprida.

Apesar disso, um grupo de cerca de 400 pessoas se concentraram na estação Campo Limpo e depois fizeram uma caminhada até o shopping. Com ele fechado, o grupo ficou na frente do centro comercial, fechando a estrada de Itapecerica.

Já no shopping Jardim Sul, o grupo percorreu o redor do estabelecimento, que tem barreiras de seguranças em todas entradas. Chegou a ter um princípio de tumulto quando um grupo tentou furar o bloqueio, mas as pessoas foram contidas por outros manifestantes.

Abaixo matéria da Agência Brasil:

Integrantes do MTST protestam em shoppings de São Paulo por direito de fazer rolezinho

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Um grupo de pelo menos 200 militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) faz um protesto desde as 18h20 de hoje (16) em frente ao Shopping Jardim Sul, zona sul de São Paulo. O ato é em apoio aos chamados “rolezinhos”, encontros que têm sido promovidos, desde dezembro de 2013, por jovens da periferia em centros comerciais da cidade.

O shopping foi evacuado por volta das 17h30 e todas as áreas de acesso bloqueadas com grades. O centro comercial também reforçou o seu corpo de seguranças para impedir a entrada dos manifestantes. O ato ocorre simultaneamente a outro protesto, no Shopping Campo Limpo, na mesma região.

Em 21 de dezembro, o Shopping Campo Limpo já havia sido alvo de um rolezinho. Na ocasião, pelo menos oito homens da Força Tática da Polícia Militar entraram com armas carregadas com munição de balas de borracha e com granadas de gás no estabelecimento, que estava cheio em razão do Natal. Os policiais chegaram a abordar grupos de jovens dentro do centro comercial, que acabaram abandonando o local.

Segundo a coordenadora estadual do MTST, Ana Ribeiro, o movimento decidiu apoiar os rolezinhos porque entende que os jovens estão reivindicando cultura para a periferia. “A gente está em uma luta por moradia na periferia, mas isso é uma luta imediata. Tudo que tem relação com a cidadania do povo da periferia a gente apoia”, disse.

Os manifestantes que participam do ato no Shopping Jardim Sul são, em sua maioria, moradores das ocupações Faixa de Gaza, em Paraisópolis, e Capadócia, no Campo Limpo. No Shopping Campo Limpo, os participantes são moradores das ocupações Vila Nova Palestina, no Jardim Ângela, e Dona Deda, no parque Ipê, todas na Zona Sul de São Paulo.