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      "Só falta essa casa ser mal assombrada", diz Perillo

      Governador de Goiás nega qualquer relação ilícita com o contraventor Carlos Cachoeira; chegou a brincar com o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), que havia dito desconhecer história "mais complicada" que a da venda do imóvel onde Cachoeira foi preso; assista

      "Só falta essa casa ser mal assombrada", diz Perillo (Foto: Edição/247)
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      247 - Depois de mais de três horas de depoimento do governador Marconi Perillo à CPI do Cachoeira de respostas do tucano às perguntas do relator Odair Cunha (PT-MG), a comissão parlamentar de inquérito iniciou a fase de perguntas de parlamentares. em sua intervenção, Rubens Bueno (PPS-PR) afirmou que jamais vira uma "história mais mal explicada sobre a venda de uma casa", referindo-se ao imóvel, que era de propriedade de Marconi, em que Carlinhos Cachoeira foi preso. "Só falta essa casa ser mal assombrada", respondeu o governador.

      Deputado Filipe Pereira (PSC-RJ) foi o segundo a perguntar: "Em 2005, o senhor foi um dos principais apontadores do caso mensalão, que ocorria no âmbito do governo federal, mas disse que não tinha tempo de ter atenção sobre as atividades do contraventor Carlinhos Cachoeira", iniciou. o senador Pedro Taques (PDT-MT) também fez menção ao esquema do mensalão, questionando o governador se ele acredita que há alguma ligação entre seu depoimento na CPI e o fato de ele ter avisado o ex-presidente Lula sobre o esquema do mensalão. “Não imaginava que um aviso poderia trazer tantos problemas para mim”, respondeu Perillo.

      Assista via link da TV Senado à audiência da CPI do Cachoeira: http://www.senado.gov.br/noticias/tv/

      Relator

      O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), não ficou satisfeito com o depoimento inicial do governador de Goiás à Comissão. Ele fez perguntas sobre o motivo de o Estado ter tido legislação favorável à exploração de caça-níqueis. "O governo viu por bem", disse Perillo. Ele admitiu que, durante a vigência da legislação pró-jogo, a exploração era feita pela empresa Gerplan, de propriedade de Carlinhos Cachoeira. Cunha lembrou a interceptação de uma conversa, pela Operação Monte Carlo, com orientações de Carlinhos Cachoeira para a transferência de presos para Goiânia, "o que efetivamente ocorreu". O governador se irritou, diante da pergunta sobre se havia atuado favoravelmente à transferência: "Isso é uma brincadeira de mau gosto", afirmou, completando: "Nunca houve isso".

      O relator procurou explorar, diante do governador, informações da Polícia Federal de que o contraventor Carlinhos Cachoeira fazia indicações, como a do chefe do Detran, Edivaldo Cardoso. "Cachoeira nunca me pediu qualquer indicação", reagiu Perillo.

      Citando documento apócrifo, o relator leu denúncia que teria chegado a Perillo em abril de 2011, segundo a qual grupo de Cachoeira estava fraudando licitações no Detran. "Todas as denúncias anônimas que chegam ao meu gabinete são imediatamente encaminhadas à Controladoria do Estado para providências", respondeu Perillo. Odair Cunha quis saber se o governador tinha conhecimento de que o presidente do Detran atuava para que uma empresa de sua propriedade se tornasse responsável pela emissão de CNHs no Estado. "O senhor Edivaldo terá oportunidade vir aqui para esclarecer essa assunto", respondeu o governador.

      Em seguida, o relator passou a questionar o governador sobre suas relações com o ex-vereador Wladimir Garcez. "Tenho uma relação muito antiga e próxima", reconheceu. "Durante a campanha de 2010, o sr. teve contato com o sr. Carlos Ramos?". "Sim, principalmente em eventos sociais", rebateu o governador. "A PF diz que Vlademir Garcez era a pessoa encarregada de levar ao sr. os pleitos do sr. Carlos Cachoeira", atacou o relator. "Ele nunca me levou pleito de Cachoeira ou da Delta, para quem ele trabalhava. Para secretários meus, fez pedidos pela Delta", admitiu, porém, Perillo.

      "Achávamos que o nome do senador Demóstenes Torres era o melhor candidato à Prefeitura de Goiânia", disse o governador, quando questionado sobre suas relações com o senador que é um dos pivôs da CPI.

      As relações entre o governo de Goiás e a Delta Engenharia igualmente foram discutidas a partir das perguntas do relator. Marconi Perillo disse que a empresa tem apenas 4% do total dos contratos do Estado com empreiteiras. “Apenas 51 milhões de reais em contratos de um montante superior a 1 bilhão de reais”, garantiu o governador. Ele afirmou, a pedido, que a Delta recebeu R$ 14 milhões do governo estadual em 2011, por serviços prestados, e outros R$ 4 milhões em 2012. “Desafio qualquer pessoa, em qualquer parte do Brasil, a dizer que há propina no meu governo. Não há”, enfatizou.

      O relator Odair Cunha citou depoimento do jornalista Luis Carlos Bordoni, que disse ter recebido R$ 40 mil das mãos do governador, em seu comitê eleitoral, em 2010, que o próprio Perillo teria “retirado de dentro de um frigobar, que devia estar desligado, porque o dinheiro não estava gelado”. A menção provocou risos entre os integrantes da CPI. “Digo, insisto, repito, enfatizou Perillo: cabe ao acusador o ônus da prova. Ele terá de provar isso”, disse Perillo. O governador disse que Bordoni é “uma figura controversa” do Estado e que também prestou serviços para outros grupos políticos. Perillo negou que sua campanha tenha recebido recursos da empreiteira Delta, e, neste momento, soltou uma farpa. “Minha campanha não recebeu nada, mas a Delta mantinha relações muito fortes, muito próximos com outros grupos”, acrescentou. Sobre quem Marconi fez a referência velada?

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