Soldados da PM teriam feito "vista grossa" na Virada
Fernando Haddad (PT) nega, mas policiais apontam retaliação à prefeitura, que estaria atrasando os salários pelo quarto mês seguido de quem participa da Operação Delegada, uma parceria com o governo do Estado em que o município contrata os serviços de oficiais em dia de folga
247 – O prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) desconversou, mas soldados da PM admitiram que o recorde de violência na Virada Cultural deste ano foi consequência de um protesto contra o governo local.
Teria partido do comando da Polícia Militar – subordinada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) – a ordem para fazer vistas grossas aos assaltos e arrastões, que deixaram pelo menos dois mortos no último fim de semana. Segundo reportagem do IG, os policiais fizeram uma retaliação à prefeitura, que estaria atrasando os salários pelo quarto mês seguido de quem participa da Operação Delegada, uma parceria com o governo do Estado em que o município contrata os serviços de oficiais em dia de folga.
Em nota oficial, a PM negou os atrasos.
Haddad também não teria cumprido, segundo policiais ouvidos pelo site de notícias, a promessa eleitoral de ampliar o programa, considerado o "bico oficial" dos soldados.
Em entrevista coletiva para justificar o aumento de ocorrências durante o evento, Haddad isentou o comando da PM pelo suposto boicote policial.
“Do ponto de vista da programação cultural, a Virada foi um sucesso”, disse ele ao lembrar que, embora confie no comando da PM, “é uma obrigação dar respostas a essas informações [de corpo mole] que estão sendo recebidas”.
O petista, no entanto, se irritou quando questionado sobre uma declaração de Alckmin, para quem é preciso escolher melhor os locais da Virada nos próximos anos . “Mas são os mesmos lugares [dos outros anos], não? O que isso tem de errado?”, perguntou Haddad. “Quem fez o planejamento da segurança foi a PM. Em nenhum momento isso foi colocado como obstáculo. Foi tudo feito de comum acordo. Nada foi decidido só pela prefeitura.”
A primeira edição da Virada Cultural com o petista no comando registrou arrastões, roubos, brigas, fechamento de estações de metrô, dois mortos, cinco baleados e pelo menos dois esfaqueados. Um jovem de 19 anos foi baleado ao reagir a um assalto na avenida Rio Branco e morreu no hospital. Houve ainda mais uma morte, por uma suposta por overdose.
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