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SPU diz que demarcação de terras na Tatajuba pode começar em 15 dias.

Como resultado concreto da audiência pública que debateu os impactos ambientais e sociais dos conflitos que ocorrem em comunidades da zona costeira do Ceará e a atuação dos órgãos públicos, realizada na tarde desta terça-feira (27), na Assembleia Legislativa, o representante da Superintendência do Patrimônio da União no Ceará, Cláudio Cruz, assumiu o compromisso de iniciar, em 15 dias, os trabalhos de demarcação da área da comunidade pesqueira da Tatajuba, em Camocim

Como resultado concreto da audiência pública que debateu os impactos ambientais e sociais dos conflitos que ocorrem em comunidades da zona costeira do Ceará e a atuação dos órgãos públicos, realizada na tarde desta terça-feira (27), na Assembleia Legislativa, o representante da Superintendência do Patrimônio da União no Ceará, Cláudio Cruz, assumiu o compromisso de iniciar, em 15 dias, os trabalhos de demarcação da área da comunidade pesqueira da Tatajuba, em Camocim (Foto: Fatima 247)
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Ceará 247 - Como resultado concreto da audiência pública que debateu os impactos ambientais e sociais dos conflitos que ocorrem em comunidades da zona costeira do Ceará e a atuação e limitações dos órgãos públicos, realizada na tarde desta terça-feira (27), na Assembleia Legislativa, o representante da Superintendência do Patrimônio da União (SPU-CE), Cláudio Cruz, assumiu o compromisso de iniciar, em 15 dias, os trabalhos de demarcação da área da comunidade pesqueira da Tatajuba, em Camocim. Ele afirmou ainda que a demarcação de terras no Ceará ainda é insuficiente diante da área necessária, mas que há a expectativa de avanços até o fim do ano. 

Para o deputado Renato Roseno (Psol), autor do requerimento, a audiência atendeu demandas das próprias comunidades tradicionais e tinha como objetivo ouvir as experiências e firmar compromissos para avançar nas possíveis soluções dos conflitos que, não raras vezes, geram violência.

Segundo Angelaine Alves, da comunidade Vila Nova, de Tatajuba, existe uma usurpação das terras, pois muitas não possuem documentação. Representantes de várias comunidades relataram casos de usurpação de terra, especulação e violência, incluindo ameaças de morte aos que se mobilizam.

Adriana Tremembé, representante do povo Tremembé de Mundaú, apontou como problema os licenciamentos para grandes empreendimentos a serem instalados nos territórios indígenas, além de violações dos direitos. Já João Batista – mais conhecido como Tita -, do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), alertou para os impactos ambientais das atividades que se estabelecem na zona costeira e, muitas vezes, não têm a fiscalização adequada.

O representante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Marcos Cândido,, afirmou que há processos relacionados às terras quilombolas que estão em processo mais avançado, mas confirmou que há pressão do setor imobiliário em muitos casos. Para ele, as questões precisam de acompanhamento continuado, uma vez que os conflitos não podem ser resolvidos somente com aparato policial.

Para Cláudio Cruz, da Superintendência do Patrimônio da União (SPU/CE), a demarcação de terras no Ceará ainda é insuficiente diante da área necessária, mas que há a expectativa de avanços até o fim do ano. Um compromisso firmado durante a audiência foi o início dos trabalhos de demarcação em Tatajuba em 15 dias.

A representante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Karina Teixeira, ressaltou a necessidade de sensibilização das forças de segurança para tratar da causa ambiental e dos conflitos que ocorrem de forma contínua nas comunidades da zona costeira. “Quando os conflitos chegam às delegacias, são tratados como uma causa menor”, lamentou.

Sara Spinosa, do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), reconheceu a limitação de atuação do órgão e denunciou alguns casos em que há ilegalidade no que se refere à questão territorial, como em Fortim e Paracuru.

O representante da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Carlos Alberto Mendes, apontou as dificuldades de atuação que decorrem da quantidade defasada de profissionais, uma vez que o órgão tem 28 fiscais para atuarem no território do Ceará.

Para José Lino Fonteles, representante da Defensoria Pública, o Poder Público não tem dado a atenção que esses conflitos merecem. “Precisam ser tratados com mais rigor e afinco”, defendeu, complementando que, em muitos casos, a liberação dos estudos ambientais acaba por gerar mais conflitos.

Também estiveram presentes na audiência o representante da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Luiz José Correira; da Coordenadoria de Direitos Humanos do Gabinete do Governador do Estado, Ingrid Viana; da Coordenadoria de Igualdade Racial, Zelma Madeira; do Terramar, Rogéria Rodrigues; do Departamento de Geografia da UFC, professor Jeovah Meireles; a representante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Karina Teixeira; José Lino Fonteles, da Defensoria Pública, além de moradores de comunidades costeiras.

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