TCE vê pedalada fiscal de Alckmin e pode recusar suas contas
No último mês de junho, o TCE (Tribunal de Contas do Estado), num ato inédito, aprovou com ressalvas as últimas contas do tucano; os conselheiros alertam que podem rejeitar o balanço de 2017, caso o Estado não esclareça as desonerações fiscais que concede; hoje, nem a ALESP nem o TCE dizem saber quanto Alckmin concede em benefícios fiscais e como compensa o dinheiro que deixa de arrecadar –duas exigências da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal); em outro flanco, os agentes fiscais do Estado, questionam a operação da CPSEC (Companhia Paulista de Securitização), que comparam ao modelo usado pelos bancos com as hipotecas nos EUA, que levou à crise de 2008; os agentes veem "pedalada fiscal" no modelo de antecipação de receita usado por Alckmin
SP 247 - São Paulo pode até ter as contas no azul, mas há caixas pretas e pouca transparência, segundo quem fiscaliza as contas estaduais tucanas.
Os conselheiros alertam que podem rejeitar o balanço de 2017, caso o Estado não esclareça as desonerações fiscais que concede e não cumpra o pagamento de precatórios, as dívidas que o governo assume após perder ações judiciais.
Os conselheiros trabalham em parceria com a Diretoria de Contas, que analisa o cumprimento do orçamento ao longo do ano.
Segundo a Fazenda, seus funcionários "têm trabalhado para atender todas as solicitações do Tribunal".
Pedalada
Em outro flanco, os agentes fiscais do Estado, por meio de seu sindicato, processam o governo Alckmin desde o ano passado. Eles questionam a operação da CPSEC (Companhia Paulista de Securitização).
Criada em 2009 pelo então governador José Serra (PSDB), a empresa transfere ao mercado os créditos dos programas de parcelamento de dívidas dos contribuintes com o Estado.
Os fiscais comparam ao modelo usado pelos bancos com as hipotecas nos EUA, que levou à crise de 2008.
O governo poderia receber o pagamento das dívidas parceladas, ao longo de anos. Em vez disso, transforma esse passivo em debêntures (títulos da dívida) e as oferece a investidores.
Com essa operação, o Estado recebe esses valores de uma só vez –segundo a Fazenda, foram R$ 2,14 bilhões aos cofres estaduais de 2012 a 2015, ano da última emissão ao mercado.
Para os fiscais, a atividade da CPSEC descumpre leis federais que regem o sistema financeiro e configura antecipação de receitas, prática conhecida como "pedalada", descumprindo a LRF.
As informações são de reportagem de Gabriela Sá Pessoa na Folha de S.Paulo.
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