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Te cuida, João da Costa

O novo bloco formado pelos partidos PSB/PSD/PTN acirra o debate poltico na Cmara do Recife ao assumir uma posio crtica, tambm, aos projetos do Executivo

Te cuida, João da Costa (Foto: Andréa Rêgo Barros/247)
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Bruna Cavalcanti_PE247 - Ontem, o clima fechou entre os diferentes blocos que formam a bancada governista na Câmara Municipal do Recife. De um lado, o líder do governo, vereador Luiz Eustáquio (PT) e, do outro, o grupo formado pelo PSB, PSD e PTN. Eles discordaram sobre a possibilidade de convocação do secretário de Finanças da cidade, Petrônio Magalhães, para o esclarecimento do porquê da renovação antecipada do contrato de pagamento da folha de servidores com o Banco do Brasil. O petista entendia que a medida não seria, enquanto os outros defenderam, no plenário, a solicitação - que foi encaminhada pela vereadora oposicionista Aline Mariano (PSDB).

Esse tom crítico do bloco PSB, PSD e PTN não deve se restringir à atuação no plenário da Casa de José Mariano. Os vereadores do grupo devem dar trabalho ao prefeito João da Costa também na apreciação dos projetos do Executivo na Câmara. “Dentro do bloco, iremos alinhar o caminho entre todos os membros, mas com a garantia absoluta da nossa independência. O senso crítico de cada vereador tem que existir o tempo todo. No meu caso, sempre tive uma postura bastante clara desde o começo do meu mandato: nunca votei ou apoiei o governo João da Costa. Não concordo com a sua administração e nem com o que ele faz na cidade. E não só sou eu”, afirmou o vereador Maré Malta (PSD).

O pessedista disse ainda que não há apenas a postura de independência – assumida por alguns vereadores da base aliada a João da Costa. “Existe oposição até mesmo dentro da própria base de governo. João da Costa não consegue construir a unidade em torno do seu nome e de seu partido. Hoje, o meu candidato seria o ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB)”, escancara o parlamentar.

Diante deste cenário e com a ressalva de que cada membro terá uma atuação individual diante de temas de interesse do Executivo, muitos acreditam que o bloco pode sim atrapalhar a votação de pautas importantes para a prefeitura, como o orçamento do governo, o plano de reordenamento de imóveis comerciais, ONGs e Igrejas e, principalmente, o polêmico projeto de mobilidade da prefeitura. E, no que depender do vereador Maré Malta (PSD), isso realmente pode acontecer. “Vamos estar abertos ao diálogo, mas temos que considerar o que for melhor para a cidade. Podemos sim votar contra se considerarmos que o projeto apresentado não irar trazer benefícios à população. A formação do bloco é legal e pode causar algum inconveniente porque o bloco é maioria”, afirma o vereador.

Diante da garantia absoluta de que cada um dos membros poderá atuar de acordo com os seus próprios interesses políticos, a vereadora Marília Arraes (PSB), líder do bloco, faz questão de acalmar os ânimos e reafirmar que o grupo não presente ser motivo de ameaça ao prefeito João da Costa (PT).

“Somos da paz. Além disso, desde o começo deixamos claro que fazemos parte da bancada do Governo. Mas, ser da base não significa concordar integralmente com tudo o que está acontecendo. Podemos mostrar outras alternativas. A nossa posição é sermos mais construtivos do que antes”, avisa a vereadora. Com relação aos projetos que serão votados em plenário, a líder do PSB tranquiliza novamente os petistas. Segundo Marília, todas as pautas ainda serão discutidas internamente com cada vereador. “Não vejo nenhuma ameaça do bloco quanto às futuras votações. Ainda estamos analisando nossa posição em relação às emendas, por exemplo. Nenhum posicionamento será tão conflitante como o que a base do Governo pensa. Todos os membros irão se posicionar no momento oportuno”, finaliza Marília.

Último a entrar no bloco com o PSB e o PSD, o PTN fez com que a aliança, já forte, se tornasse ainda mais esmagadora. Com a participação de 12 vereadores, o novo grupo detém a maioria no plenário. Para o vereador Gilberto Alves (PTN), mais do que uma contribuição política, a união entre os três partidos abre espaço para uma nova série de diálogos entre todos os membros da Câmara Municipal, coisa que estava um pouco esquecida até então.

“Antes dessa formação havia uma ausência muito grande do debate. Em algum momento, até houve uma iniciativa de João da Costa de se aproximar da bancada. Mas, essa aproximação não foi algo permanente. Precisávamos dar essa mexida. Agora, estamos organizando alguns seminários para analisarmos questões práticas e importantes, como o plano de mobilidade e o projeto de orçamento da prefeitura. Pode acontecer de votarmos contra em algum momento, mas não temos a perspectiva de nos colocarmos como oposição ou situação. O que queremos é discutirmos tudo isso com total liberdade”, afirma Gilberto Alves.

 

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