Termômetros de mercado
Índices da Bolsa podem ajudá-lo a fazer bons negócios com ações e fundos imobiliários, entre outros produtos. E uma boa olhada nos setoriais pode revelar boas empresas fora dos holofotes do Ibovespa
Luciane Macedo _247 - A Bolsa não é o Ibovespa. E quando se diz que o principal índice do mercado acionário brasileiro subiu ou desceu, isso não significa que todas as ações tenham tido o mesmo desempenho. É uma constatação óbvia, mas não para todo mundo. Mesmo quem já está na Bolsa pode ser tomado por uma vontade irresistível de sair dela quando o Ibovespa cai. Ao contrário, em períodos de grande alta do índice, a euforia de entrada é que predomina.
Embora o Ibovespa represente 80% da Bolsa e seja o foco das atenções como um termômetro de mercado, existem mais de 20 outros índices que também medem o desempenho de ações por setores e de outros produtos negociados no pregão da BM&FBovespa, como as cotas dos fundos de investimento imobiliário. Os índices ainda servem de parâmetro para produtos de investimento negociados fora da Bolsa, como fundos de ações. No pregão ou não, eles podem ajudar o investidor a fazer boas escolhas e avaliar o desempenho de seus investimentos.
"Os índices são parâmetros, eles funcionam como as linhas da vaga de estacionamento: sem elas, você não sabe se estacionou direito ou não", compara o educador financeiro Mauro Calil, da Academia do Dinheiro. "Se um fundo segue o Ibovespa e teve uma performance abaixo, você tem um mau gestor, se ficou acima, um bom gestor", avalia. "Com os índices setoriais acontece a mesma coisa, existem fundos e carteiras que seguem estes índices".
Para o educador da Academia do Dinheiro, embora os índices sigam metodologias diferentes, e nenhuma delas seja perfeita, eles podem ser um bom lugar de garimpo por boas ações. "Os índices podem ser uma fonte de boas descobertas, de empresas que estão fora dos holofotes do Ibovespa e performam bem", indica Calil. "É um ponto de partida válido para se iniciar uma pesquisa em busca de bons negócios".
Os termômetros da Bolsa também refletem os ventos da economia. "Você pode fazer comparações entre os índices para ver quais setores estão desempenhando melhor em dado momento", ensina Calil. Em 2012, o ICON, que reflete o desempenho médio das ações das empresas de consumo, é o que registra a maior valorização entre os setoriais, com 20,2% de alta acumulada até o último dia 5.
Na semana passada, a Bolsa ganhou três novos índices (veja abaixo). Um dos principais é o IFIX, para fundos imobiliários, produto que tem experimentado uma alta de popularidade no varejo com a queda da Selic e a vontade do investidor pessoa física de ganhar mais fora da renda fixa.
"O lançamento do IFIX mostra que o mercado de fundos imobiliários está evoluindo e que a Bolsa está atenta a isso", avalia Arthur Vieira de Moraes, agente autônomo de investimentos e professor do curso de FII da Ancord Educacional. "O que pode acontecer é surgirem fundos imobiliários com taxa de performance: se superarem o IFIX, cobrariam essa taxa".
Para Ricardo Pinto Nogueira, diretor da corretora Souza Barros, o IFIX agrega como um bom parâmetro de comparação para o investidor que tem uma carteira bem diversificada, com cotas de diversos fundos imobiliários, cujos rendimentos -- é bom que se lembre -- dependem de imóveis os mais diversos, de galpões e hospitais a shoppings e edifícios de escritórios. "O investidor pode acompanhar o IFIX para comparar uma média deste mercado com as suas cotas", diz Nogueira. "O índice agrega porque é outro produto, outra volatilidade, diferente de ações".
Quem não tem capital para comprar ações individualmente ou simplesmente prefere não colocar seu dinheiro em papeis de poucas empresas também pode investir através dos ETFs, que são os fundos de índice. Neste caso, em vez de investir em uma ação do setor de consumo ou em uma small cap, o investidor compra cotas de uma cesta de ações que compõem o índice. O ETF com mais liquidez e o mais conhecido é o atrelado ao Ibovespa.
"Se o investidor individual em ações está perdendo do Ibovespa ano após ano, seria interessante ele vender sua carteira e comprar um ETF de BOVA11", indica Calil. "E se ele já está ganhando do Ibovespa, poderia reavaliar sua carteira para ganhar mais".
Nogueira também entende que, para o investidor de varejo, um ETF pode ser melhor negócio caso um fundo não proporcione bons rendimentos. "Valeria mais a pena comprar um ETF e não pagar o gestor, porque ou ele está escolhendo mal, ou girando demais a carteira ou saindo na hora errada".
Ibovespa na análise técnica
Equipe Trader, 17/05
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