Tocantins na rota da maior fraude da Mega Sena
Operação da Polícia Federal prendeu o suplente de deputado federal pelo PMDB do Maranhão, Ernesto Vieira, e o gerente da Caixa em Tocantinópolis, Robson Pereira do Nascimento, acusados de participarem da quadrilha que desviou R$ 73 milhões a partir de um falso prêmio da Mega Sena
Tocantins 247 - A partir do pequeno município de Tocantinópolis, na região do Bico do Papagaio, uma organização criminosa executou a maior fraude da história da Caixa Econômica Federal. A Polícia Federal (PF) deflagrou nesse domingo, 18, a Operação Éskara para desarticular uma quadrilha acusada de desviar cerca de R$ 73 milhões de um falso prêmio da Mega Sena. Entre os presos está o suplente de deputado federal do Maranhão pelo PMDB Ernesto Vieira Carvalho Neto e o gerente da agência da Caixa em Tocantinópolis, Robson Pereira do Nascimento.
Cinco mandados de prisão preventiva e de condução coercitiva, além de dez mandados de busca e apreensão, estão sendo cumpridos por 65 policiais federais em Goiás, no Maranhão e em São Paulo.
Segundo o delegado federal Omar Pepow, Ernesto Vieira Carvalho Neto é apontado como o mentor do esquema. Pepow afirmou à Agência Brasil que ao investigar a fraude denunciada pelo próprio banco estatal, a PF encontrou indícios de que Neto forneceu uma conta de luz de uma ex-empregada sua para que integrantes do esquema abrissem uma conta-corrente numa agência da Caixa de Tocantinópolis. Pouco tempo depois, os cerca de R$ 73 milhões foram depositados nessa conta, como se fossem o pagamento de um prêmio da mega sena que nunca existiu. Por fim, o dinheiro foi transferido para várias contas.
De acordo com o delegado federal, há gravações de conversas telefônicas, obtidas com autorização judicial, em que o ex-gerente da Caixa em Tocantinópolis, pouco antes de ser preso, pede ajuda ao suplente de deputado peemedebista para se defender, demonstrando já ter conhecimento de que a PF investigava o assunto e identificara alguns dos envolvidos no esquema.
Em nota, a PF informou já ter recuperado aproximadamente 70% do total desviado. Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, receptação majorada e formação de quadrilha, cujas penas somadas, caso condenados, podem chegar a 29 anos de reclusão. Em nota, a Caixa informou apenas que acionou a PF logo após ter constatado a fraude e que continua acompanhando o caso e colaborando com as investigações.
