Tuitada balança o Atlético de Madrid

247 – As redes sociais não param de sacudir o planeta. Primeiro, no período de janeiro a fevereiro, foram os movimentos deflagrados por internautas africanos, que apearam do poder os ditadores Zine Al-Abidine Ben Ali, da Tunísia, e Hosni Mubarak, do Egito. Na esteira dessa onda revolucionária, jovens de Madri, desiludidos com a política em seu país, criaram o Movimento 15 de Maio (15M), que tomou a Plaza del Sol, na capital espanhola, espalhou-se por outras cidades e chega agora ao mundo de futebol. Os torcedores do Atlético de Madrid criaram, pelo Twitter, o movimento “Indignados por el Atlético”, que promove, a partir desta quarta-feira, um acampamento às portas do estádio Vicente Calderón, em protesto contra a má fase e as sombrias perspectivas do clube.

“O Atlético afunda, necessitamos de sua ajuda”. Esta foi uma das primeiras mensagens que mobilizaram os aficionados do time de Diego Forlán. As tuitadas começaram a pipocar e, logo, alguns blogueiros começaram a propor que a turma colocasse o bloco na rua. Na terça-feira da semana passada (17) surgia o primeiro post, na rede de microblogs, do projeto “acampadaenelcalderon”, que teve como estopim o noticiário sobre a reunião dos representantes do grande craque do time, Sérgio Agüero, com a Juventus de Turim.

Os torcedores temem, com toda a razão, o apequenamento de uma equipe que já se sagrou, na década de 1970, vice-campeã europeia e campeã mundial interclubes. Isso porque, além de Agüero, genro de Diego Maradona, o clube já perdeu o bom goleiro De Gea, recém-contratado pelo Manchester United, e corre o risco também de ver partir o craque uruguaio Diego Forlán, eleito o melhor jogador no Mundial da África do Sul, que entrou em rota de colisão com o técnico Kike Flores, outro que está de saída do Vicente Calderón. Com esse êxodo de talentos, ressurge o fantasma do rebaixamento, que se materializou na temporada de 1999/2000, quando o Atlético desceu para a segundona, só retornando à divisão principal do Campeonato Espanhol dois anos depois.