Ultrapassado por Alckmin, Aécio agora adia sucessão
Ciente de que começa a perder a briga interna, no PSDB, no que diz respeito a 2018, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirma, agora, que os tucanos não podem "saltar etapas" e que o debate sobre a sucessão presidencial não pode ser antecipado; no fim de semana, durante convenção do PSDB-SP, o governador Geraldo Alckmin foi lançado por correligionários ao Palácio do Planalto e já ultrapassou o senador mineiro na corrida interna dos tucanos; é justamente por não ter nenhuma máquina política nas mãos, depois de ter perdido Minas para o PT, que Aécio passou a apostar tão alto no impeachment; como essa aposta fracassou, seu projeto também subiu no telhado
Minas 247 – Por que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), até recentemente tido como um político de perfil moderado e conciliador fez uma aposta tão alta no impeachment da presidente Dilma Rousseff, após ser derrotado na disputa presidencial de 2014?
A resposta a essa questão começa a ficar clara agora. No último fim de semana, durante a convenção do PSDB-SP, o governador paulista Geraldo Alckmin foi lançado por correligionários ao Palácio do Planalto, em 2018. Como controla a maior máquina política dos tucanos, que é o Palácio dos Bandeirantes, Alckmin já ultrapassou Aécio na disputa interna do PSDB. Até porque Aécio perdeu sua trincheira, Minas Gerais, para o PT.
Ciente de que ficou para trás, Aécio tenta agora adiar o debate sucessório. "O PSDB é uma usina de talentos e de homens públicos extremamente respeitados", disse ele, antes de emendar afirmando que é preciso ter a "responsabilidade de não saltar etapas" e não antecipar esse debate. "No momento certo, o PSDB tomará, unido, a sua decisão (de quem será o candidato), e será aquela que for melhor para o Brasil, para encerrarmos definitivamente esse perverso ciclo de governos do PT", disse.
A questão é que a aposta de Aécio tinha fôlego curto. Dependia, na verdade, do curtíssimo prazo. Por isso, a aposta tão alta na instabilidade política e no eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. Com o jogo voltando a uma certa normalidade, Aécio joga em desvantagem contra seus três potenciais adversários: Alckmin, que é o favorito, o senador José Serra, que também sonha com a presidência, e o governador goiano Marconi Perillo.
Em sua coluna publicada nesta terça-feira no jornal Valor Econômico, o jornalista Raymundo Costa afirma que o tempo hoje joga contra Aécio. "A notícia boa para Dilma, em dias de Congresso do PT e convenções do PSDB, é que já se fala em sua sucessão. Até algumas semanas atrás certamente o impeachment dominaria as conversas", disse ele.
A cada dia que passa, Aécio é menos candidato e o inverso pode ser dito de Alckmin.
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