Um cardápio indigesto de R$ 3,4 mi para Cid Gomes
Licitação de buffet para atender ao gabinete e a residência oficial do governador do Ceará, da ordem de R$ 3,5 milhões, atiça a oposição que questiona os gastos e cobra o detalhamento dos custos com serviços do gênero; no cardápio constam desde pratos simples, como filé grelhado e creme de frango, a itens refinados e sofisticados como bombinhas de salmão com caviar e carpaccio de chester com manga; governo do Estado diz que licitação cumpriu todos os requisitos legais
PE247 - Depois da polêmica envolvendo a contratação da cantora baiana de axé music Ivete Sangalo para fazer um show durante a inauguração de um hospital em Sobral, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), se meteu em outra confusão. Desta vez, as denúncias, feitas pelo deputado estadual Heitor Férrer (PDT), candidato derrotado à Prefeitura de Fortaleza nas últimas eleições municipais, no ano passado, dizem respeito a um contrato de R$ 3,4 milhões para serviços de buffet e decoração do gabinete e da residência oficial do governador.
De acordo com o Diário Oficial do Estado, datado de 1º de agosto, a contratação da empresa Anita Serviços de Alimentos é válida por um ano. No cardápio contam desde pratos simples, como filé grelhado e creme de frango, a itens refinados e sofisticados como bombinhas de salmão com caviar, carpaccio de chester com manga, crepe de lagosta, creme de escargot servido em pequenas tarteletes.
Um levantamento feito pelo jornal O Povo, com base nos dados disponibilizados no Portal da Transparência, mostra que desde 2011 estavam programados R$ 7,7 milhões para gastos do gênero, sendo que R$ 4,97 milhões foram efetivamente gastos em serviços de buffet por todo o governo.
O deputado oposicionista, Heitor Ferrer, afirmou que elaborou um requerimento pedindo o detalhamento dos gasto do Governo do Estado com este tipo de serviço, o que inclui quanto foi pago e em quais eventos as refeições foram servidas. Para o parlamentar, estes recursos deveriam ser destinados para obras de combate aos efeitos da seca.
De acordo com o Governo do Estado, o processo licitatório “cumpriu todos os trâmites legais” e contou com a participação de 13 empresas. Sobre o valor que costa no Diário Oficial, o governo informou que o desembolso é feito mediante a demanda, não existindo um valor previamente fixado fixo ou mínimo mensal a ser pago. Quanto aos R$ 3,5 milhões, a justificativa é que a cifra envolve despesas com bufê realizadas entre 2010 e julho de 2013, compreendendo um período de quatro e não de apenas um ano como mencionado pelo deputado estadual Heitor Ferrer. A nova licitação, que começou a vigorar em agosto não valeria apenas pelo prazo de um ano, podendo ser aditivada por até quatro anos.
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