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Um fanfarrão com uma caneta bilionária

S de Fundo de Amparo ao Trabalhador, o ministro Carlos Lupi administra R$ 58,7 bilhes neste ano; ser que algum que diz que s deixa o Ministrio na bala e, pressionado, se retrata com uma declarao de amor presidente da Repblica tem condio de ser ministro?

Um fanfarrão com uma caneta bilionária (Foto: Dida Sampaio/ Agência Estado)
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247 – Só de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, administra R$ 58,7 bilhões neste ano. A responsabilidade é grande, e as últimas declarações públicas do comandante do Ministério do Trabalho não parecem estar a sua altura. Lupi é famoso em Brasília por ser um ministro descontraído e, sempre com aquele ar de quem está de bem com a vida, aproveita coletivas de imprensa para brincar com jornalistas e subordinados. O estilo bonachão parece, contudo, estar jogando mais contra do que a favor do ministro na crise que se instalou na Pasta, e ameaça expor as dúvidas que sempre pairaram sobre a real contribuição do ministro para o tão celebrado pleno emprego no país.

Lupi atribuiu caráter festivo à divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) durante sua gestão, iniciada em 2007. Todo mês, o ministro reúne jornalistas para cantar – e capitalizar a seu favor – as vitórias do Ministério na criação recorde de empregos. Só no ano passado, o país criou 2,8 milhões de novas vagas, e Lupi prometeu 3 milhões para este ano. Mas seria muita pretensão do ministro reivindicar para si os louros dessa expressiva criação de vagas, pois elas são fruto evidente do processo de crescimento por que o país passa – e sobre o qual o Ministério do Trabalho não tem influência direta.

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Ao dizer que só deixaria o Ministério “à bala” para, dias depois, fazer juras de amor em tom de desculpas à presidente Dilma Rousseff, Lupi ganha o mesmo ar de destemor que acabou por derrubar o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim. Mas, desde o início do governo, o nome do presidente licenciado do PDT já era cotado para a lista da reforma ministerial planejada por Dilma para o primeiro ano de seu governo. Depois das denúncias de irregularidade em sua Pasta e da evidente divisão interna de seu partido, a impressão de que Lupi não continua no Trabalho em 2012 só ganhou força.

O Palácio do Planalto já começou a receber nomes para colocar no lugar de Lupi, entre eles os dos deputados federais João Dado (PDT-SP) e Wolney Queiroz (PDT-PE), mas, questionada em público sobre as declarações do ministro nesta quinta-feira, Dilma preferiu minimizar a tensão com o subordinado. “Que crise no Ministério do Trabalho?”, desconversou a presidente, devolvendo aos jornalistas a pergunta de nova crise do governo. “Vocês acham mesmo que vou responder isso?”, completou, algo impaciente, ao deixar cerimônia do Super Simples na manhã desta quinta.

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Dilma completou: “Vocês acreditam mesmo que eu vou responder assim? [sobre a crise na pasta] (...) Se eu não me engano... tinha um líder gaúcho, que eu não vou dizer qual, antigo, que dizia o seguinte: o passado simplesmente passou, gente”. Mas é com o futuro que o ministro Carlos Lupi precisa se preocupar.

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