Uma polícia prende, a outra solta no Ceará
Com paralisao dos policiais civis, atividades em cerca de 40 delegacias esto interrompidas desde ontem noite; criminosos capturados por PMs, que saram da greve na madrugada, podero ser soltos, por falta de pessoal nas delegacias para registrar ocorrncia; nas redes, sobem crticas a governador Cid Gomes
Diego Iraheta _247 - Nas redes, o #CaosEmFortaleza deu uma trégua. Mas, nas ruas, permanece o clima de tensão. A greve dos policiais civis do Ceará, seguindo a paralisação dos PMs e bombeiros, ainda prejudica a segurança da população. Mesmo que a prevenção da criminalidade seja trabalho prioritário da Polícia Militar, a interrupção nas atividades das delegacias impacta o próprio serviço da PM. Isso porque, em caso de prisões, não haverá agentes para registrar as ocorrências. Resultado: ou o PM responsável pela captura solta o bandido ou é obrigado a entrar numa fila de espera aguardando atendimento - o que vai obrigá-lo a ficar no local, em vez de estar nas ruas inibindo outros crimes.
Cerca de 300 policiais civis ocupam, neste momento, a Rua do Rosário, no centro de Fortaleza. Além dos agentes da capital, há inspetores e escrivães vindos do interior.
A categoria já tinha cruzado os braços no ano passado, mas só retomou o movimento agora para aproveitar a força demonstrada pela greve dos PMs. "A visibilidade dos policiais civis é menor; como não usamos farda, a sociedade não sentiu os efeitos da nossa primeira paralisação", explica o diretor financeiro do Sindicato dos Policias Civis do Ceará (Sinpoci), Érico Sales.
A corporação quer a reestruturação da carreira de policiais. Hoje, o salário inicial de um inspetor é de R$ 2.125 - valor considerado incompatível com o cargo - para o qual se exige nível superior. Eles reivindicam que esse "piso" seja elevado para R$ 4.200. Com o aumento concedido para a Polícia Militar, o soldado da PM passa a receber mais que um investigador. "Com todo respeito, não é possível que um soldado de polícia, que só precisa ter ensino médio, ganhe mais que um investigador", defende Érico Sales.
O sindicato não estima a adesão dos mais de 1,3 mil policiais civis na ativa. No entanto, informa que cerca de 40 delegacias estão fechadas, algumas bloqueadas por carros da polícia. "Como somos uma categoria pequena, achamos que o governo vai negociar nossa pauta de reivindicações", aposta o diretor do Sinpoci. Neste momento, representantes dos policiais civis estão reunidos com integrantes da Secretaria de Segurança Pública na tentativa de encontrar uma solução para a greve.
As críticas ao governador Cid Gomes (PSB-CE) seguem na internet. Para muita gente, ele demorou a tomar uma atitude diante da paralisação dos policiais militares, no dia 29 de dezembro. A suspensão das atividades dos PMs foi prato cheio para criminosos, que desencadearam onda de arrastões em Fortaleza e levaram pânico para a população cearense. Petição pública na internet recolhe assinaturas de pessoas descontentes com a gestão de Cid Gomes.
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