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Vale do Jequitinhonha tem pior seca em 36 anos

Os 27 municípios da região, que é considerada uma das mais pobres do país, já decretaram situação de emergência em virtude da estiagem prolongada. Com uma média histórica de chuva em 250 milímetros nos seis primeiros meses, em 2012 o acumulado registra apenas 149

Vale do Jequitinhonha tem pior seca em 36 anos (Foto: Divulgação)
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Minas 247 – A seca que atinge o Vale do Jequitinhonha, região do norte e nordeste de Minas Gerais, é a mais devastadora dos últimos 36 anos. Desde 1976 a cidade não registra nos seis primeiros meses do ano um índice tão ruim de chuvas. O acumulado até o final de junho foi de 149 milímetros, contra 250 da média histórica.

A região registra um dos piores índices de desenvolvimento humano (IDB) do Brasil e apresenta condições climáticas semelhantes ao sertão nordestino. A estiagem deste ano vem trazendo prejuízos principalmente para os agricultores e criadores de gado na região.

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Confira a matéria do jornalista Daniel Antunes, do jornal Hoje em Dia

Com a quantidade de chuva abaixo da média histórica, cidades do Vale do Jequitinhonha agonizam em uma das piores secas enfrentadas na região. Enquanto os produtores rurais calculam os prejuízos na lavoura, o gado procura na terra seca o que restou da pastagem. Caminhões-pipa fornecem a água que os moradores da zona rural usam na cozinha e matam a sede. O calor chega ao 38 graus.

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Boletim eletrônico divulgado na semana passada pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) mostrava que dos 109 municípios que tinham decretado situação de emergência, por causa da estiagem, 27 são do Jequitinhonha. Em Itaobim, córregos e nascentes estão secos na zona rural, onde 4 mil dos 5.200 moradores consomem, desde fevereiro, água fornecida por três caminhões-pipa.

Eles abastecem 32 comunidades rurais. “É, sem dúvida, a pior estiagem desde 1976. Encaminhamos ao Estado pedido de pelo menos mais um caminhão-pipa, pois já não estamos conseguindo atender a população”, disse o secretário de Agricultura de Itaobim, Wallysson Marden. Na área urbana, os moradores são abastecidos pelo rio Jequitinhonha, que já tem bancos de areia. De janeiro ao início de junho, o acumulado de chuva era de 149 milímetros. A média histórica do período é de 250 milímetros. “O cenário é o mesmo da seca no Nordeste. A situação é crítica”, avalia Mardem.

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Com uma lata vazia, o pedreiro Alaor Balbino Alves, de 33 anos, caminha solitário entre as pedras e areia que restaram do córrego Santo Antônio. O curso d’água passava a 200 metros da casa em que ele mora com a mulher e dois filhos, na zona rural de Itaobim.O córrego não resistiu à estiagem e secou há dois meses. “Se cavar na areia, ainda dá para achar água. Não é das melhores, tem cheiro ruim, mas é o que temos”, lamenta Alaor. Pelo menos uma vez por mês, ele precisa encher  garrafas pets, tonéis e bacias com a água fornecida pelo caminhão-pipa. “A gente tem que economizar para passar alguns dias. É para beber e cozinhar”, diz.

O capim verde onde o vaqueiro José Ferreira Alves mantinha o gado não existe mais. Sem chuvas desde janeiro, a pastagem deu lugar a um extenso campo de poeira. “Não sei como será em agosto e setembro. Se não chover, os animais poderão morrer de fome”.

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