Veja como ficam os clientes após a 123 Milhas pedir recuperação judicial
O advogado Sérgio Gabriel afirmou que a suspensão por 180 dias de todas as ações contra a companhia pode ser prorrogada pelo mesmo período no processo de recuperação
247 - Clientes já atingidos pelo cancelamento de pacotes da agência de viagens 123 Milhas devem ter mais dificuldades para conseguir reembolso caso o pedido de recuperação judicial seja aceito pela Justiça. De acordo com o professor Gustavo Kloh, da FGV Direito Rio, "com certeza isso impacta o recebimento de indenizações, danos morais, ressarcimento de passagens. Todas as obrigações são afetadas pelo pedido de recuperação judicial". "Vai dificultar totalmente", afirmou. A informação foi publicada nesta terça-feira (29) no portal G1.
O advogado Sérgio Gabriel, especialista em Direito Empresarial e Societário, disse que a suspensão por 180 dias de todas as ações contra a companhia pode ser prorrogada pelo mesmo período no processo de recuperação. De acordo com o advogado, os clientes que receberam vouchers da companhia antes do pedido de recuperação judicial podem "se livrar" do processo caso a empresa decida cumprir espontaneamente com o acordo firmado. "Nesse caso, a empresa tem duas opções: manter o cumprimento — se isso estiver no fluxo dela — ou, eventualmente, não cumprir com esses vouchers e levá-los também para o plano de recuperação", conclui.
O docente professor Gustavo Kloh afirmou que a medida deve complicar não apenas o cumprimento dos acordos firmados pela empresa após a suspensão de pacotes, mas também a continuidade de seus negócios. "A companhia não vai interromper suas atividades, mas quem vai querer comprar?", questionou.
123 Segundo o advogado Eduardo Terashima, sócio do escritório NHM, a recuperação judicial é uma forma de a empresa dizer que está em crise e apresentará um plano para se recuperar. Nesse caso, as dívidas da companhia deverão ser divididas em três partes: créditos trabalhistas, créditos com garantia real e créditos quirografários. "Caso a Justiça aceite o pedido, todas as execuções [pagamentos] podem ser suspensas por seis meses. Em relação à devolução de vouchers ou dinheiro, isso terá de ser discutido em um comitê de credores, que vai envolver também os clientes", disse.
