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Vereador do PT suspeito de “mensalinho” em BH

Extratos bancários mostram que João da Locadora cobrava dinheiro de seus servidores no gabinete na Câmara e na prefeitura, num acordo pelas indicações de emprego

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Minas 247 - O vereador petista João da Locadora é suspeito de cobrar o que foi apelidado pelo jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, de “mensalinho” de seus ex-servidores na Câmara Municipal e na prefeitura. Os recursos seriam usados para financiar seu mandato de vereador, segundo a denúncia. Os servidores pagavam o dinheiro como uma forma de retribuição pela indicação no emprego, tanto no Legislativo quanto nas regionais Centro-Sul, Pampulha e principalmente Venda Nova, onde João da Locadora tem base eleitoral.

Confira a denúncia na reportagem de Lucca Figueiredo, do jornal Hoje em Dia

Extratos bancários de uma conta movimentada pela Ação Social Solidariedade, entidade que já foi presidida pelo vereador João Bosco Rodrigues (PT), o João da Locadora – e que hoje é comandada pelo seu irmão –, mostram depósitos feitos por ex-servidores de seu gabinete na Câmara e da Prefeitura de Belo Horizonte. Os recursos, que são parte dos salários dos servidores, seriam para financiar o mandato do vereador, como parte de um acordo em função das indicações de emprego.

O Hoje em Dia já havia denunciado o suposto esquema de ‘mensalinho’ no gabinete do vereador. Agora, os extratos revelam que servidores das regionais Centro-Sul, Pampulha e, principalmente, Venda Nova, onde o parlamentar possui base eleitoral, depositavam parte de seus salários na conta da associação comandada pelo petista. O vereador nega que os depósitos façam parte de um acordo para beneficiar seu mandato.

Além dos servidores, uma empresa com contrato em vigor com a prefeitura também fez doações para a associação. Os depósitos são referentes aos meses de janeiro e agosto de 2010. A Ação Social Solidariedade, que tem sede no bairro Rio Branco, em Venda Nova, possui contas na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil. Os extratos mostram que os servidores do gabinete faziam os depósitos para a conta da entidade na agência instalada na Câmara.

Da Caixa, os recursos eram transferidos para o Banco do Brasil. No caso dos funcionários da administração municipal que fizeram as doações, a verba já era depositada diretamente na conta do Banco do Brasil. Segundo denúncia feita pela funcionária pública Fátima Lúcia de Carvalho, em março deste ano, o esquema teria começado em 2009, quando o petista assumiu o primeiro mandato.

A servidora, inclusive, já prestou esclarecimentos ao Ministério Público sobre o tema. Além dela, outras duas pessoas estiveram na Promotoria de Patrimônio Público e confirmaram o repasse de verbas para as contas da entidade. O promotor Eduardo Nepomuceno, que acompanha o caso, foi procurado, mas não foi encontrado.

Em sua defesa, o vereador João da Locadora disse que os extratos não correspondem ao período em que ele estava na presidência da entidade e, por isso, não poderia dar detalhes. Apesar da situação, ele afirma que sempre pediu aos doadores para que fizessem o repasse nominalmente, para evitar problemas com o imposto de renda. Segundo o petista, a suspeita possui um caráter mais político do que de denúncia. “Não há nenhum problema. Tem político por trás disso”.

Enquanto o MP apura o possível esquema, a Câmara e o PT seguem ser dar muita atenção para o fato. No Legislativo, nenhum vereador apresentou, até agora, pedido de esclarecimentos e, por isso, a Corregedoria não entrou no caso. Já no PT, o caso segue nas mãos do Conselho de Ética do partido. O caso aguarda a definição de um relator.

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