Vereadores vão hoje a Procap para falar sobre o desvio de recursos da VDP

Ceará247 - O Ministério Público Estadual começou a ouvir hoje os vereadores de Fortaleza, no curso das investigações que apuram o desvio de recursos da VDP - Verba de Desempenho Parlamentar. A previsão é que 24 vereadores deveriam depor hoje e 20 estão convocados para  próxima sexta-feira.

A convocatória do Ministério Público, através da Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública - PROCAP foi alvo de intenso debate ontem, na sessão da Câmara. Vários vereadores registraram sua indignacão com a forma como o processo está sendo conduzido e pediram transparência nas ivestigações. O vereador Deodato Ramalho (PT) criticou a generalização no processo investigatório. O vereador era um dos que deveria comprecer hoje a Procap mas enviou justificativa pedidindo adiamento, em função de uma agenda da CPI da Coelce, da qual é presidente e que tinha reunião com a Câmara Municipal de Guaiuba. O presidente da Câmara Municipal, vereador Salmito Filho, pediu mais transparência e informações do Ministério Público sobre a questão, para que os vereadores e a sociedade saibam melhor o que está acontecendo.

Além dos vereadores foram notificados seis servidores da CMF, atualmente afastados de suas funções por decisão do juiz de Direito da 18ª Vara Criminal de Fortaleza, Ireylande Prudente Saraiva. Duas pessoas foram presas no início das ivestigações - Francisco Elias Santos Salomão, ex-diretor responsável pela liberação dos pagamentos da Verba de Desempenho Parlamentar (VDP) e Antonio José Cunha, ex-proprietário de uma agência franqueada dos Correios que fornecia recibos falsos para a Câmara Municipal. Nos autos do Procedimento Investigativo Criminal (PIC) nº 01/2015, que é um desdobramento das investigações que culminaram com o oferecimento de denúncia contra os ex-vereadores Antônio Farias de Sousa, o “Aonde É”, e Leonel Alencar Júnior, o “Leonelzinho Alencar”, os promotores de Justiça estão apurando um desvio de aproximadamente R$ 11 milhões da VDP. Tal prática se desenvolveu pelo menos nos últimos sete anos, mediante apresentação de recibos falsos dos Correios para justificar despesas dos gabinetes dos vereadores.