Vídeo denuncia o “outro lado” da Via Mangue
Curta do grupo Vurto apresenta imagens de aterro sobre trecho de mangue no bairro do Pina, Zona Sul do Recife; Prefeitura revida e diz que a obra de R$ 433 milhes um presente para a cidade
Tércio Amaral_PE247 – Ela promete desafogar o caótico trânsito da Zona Sul do Recife e é a menina dos olhos de ouro da gestão do prefeito João da Costa (PT). A Via Mangue, rodovia expressa com 4,5 mil km de extensão, teve sua pedra fundamental lançada em junho do ano passado, e já é alvo de debates e polêmicas nas redes sociais. O vídeo Concreto Armado, do grupo Vurto, do Recife, conquistou quase 400 “curtidas” no Facebook após seu lançamento virtual na última quarta-feira (18). Segundo um dos idealizadores da produção, Felipe Calheiros, a intenção do vídeo é mostrar os efeitos degradantes da política de mobilidade urbana na cidade em detrimento ao meio ambiente.
“Estas construções estão beneficiando apenas as construtoras do Estado. A Via Mangue, por exemplo, não terá faixas e nem será permitida a circulação de ônibus urbanos. Queremos que o cidadão reflita e veja quais são os rumos que a cidade vem trilhando”, disse Felipe, que realizou Concreto juntamente com o cineasta e parceiro Luiz Henrique Leal. Segundo ele, o grupo não utilizou nenhum dado específico para justificar a crítica à condução da obra, a exemplo da tamanho da área de mangue que será degradada com construção da via expressa. “Mostramos a invasão da construção sobre o mangue no Pina e queremos que cada um tenha a sua reflexão a ver as imagens”, comentou.
Assista ao vídeo Concreto Armado:
A prefeitura do Recife, porém, não vê qualquer problema ambiental na construção da Via Mangue. Segundo a diretora da Empresa de Urbanização do Recife (URB), Débora Mendes, a construção de R$ 433 milhões vai beneficiar e preservar ainda mais Parque dos Manguezais, ecossistema com 310 hectares de mangue por onda passará a via na Zona Sul do Recife. “Vamos investir na compensação ambiental a partir do final do mês de fevereiro. A cada árvore ou espécie retirada deveremos replantar duas. A cidade e aquela região só têm a ganhar”, defendeu.
A diretora destacou que o trabalho de compensação ainda não começou por conta de novas sugestões do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), que pretende minimizar os impactos ambientais. “É uma obra que deve interferir em 8 hectares de mangue”, contou. Segundo Débora, a intervenção da prefeitura na localidade foi um “verdadeiro presente” ao ecossistema.
“A prefeitura está construindo 992 unidades habitacionais para pessoas que moram naquela região. O impacto desta população, que joga lixo e esgoto, é muito maior que a construção. A Via Mangue está formando um cinturão de proteção no Parque dos Manguezais”, defende.
Veja o vídeo de apresentação da Via Mangue veiculado pela Prefeitura do Recife, e como disse o cineasta, tenha sua própria conclusão.
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