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Vítimas do Césio 137 sofrem com falta de remédios

Questões burocráticas dificultam recebimento de pensão e medicamentos por parte de vítimas e trabalhadores que se envolveram na limpeza dos locais contaminados há 25 anos; compras de remédios eram feitas por meio de um fundo rotativo que acabou extinto por recomendação do MP; OVG se comprometeu a fornecer remédios para centro de assistência

Vítimas do Césio 137 sofrem com falta de remédios (Foto: Edição/247)
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Goiás 247_ O acidente com o Césio 137 está longe de sair da memória de quem vivia em Goiânia em 1987, quando ocorreu o acidente. A situação é ainda mais difícil pelas vítimas diretas e indiretas da tragédia que ficou conhecida em todo o mundo. Vítimas e trabalhadores envolvidos com a limpeza dos locais contaminados pelo material radioativo ainda lutam na Justiça por indenizações e medicamentos.

Reportagem do Estadão informa que remédios que combatem as doenças oriundas da radiação não são distribuídos há quase dois anos.
Esse drama também foi mostrado numa em reportagem especial da TV Anhanguera que exibe nesta semana uma série especial sobre os 25 anos do acidente radiológico.

Cerca de 500 vítimas do acidente recebem atualmente pensão do Estado e apenas 164 têm assistência médica do Centro de Assistência aos Radioacidentados (Cara), informa a matéria do Estadão. Desde novembro de 2010, no entanto, foi cortada a verba do centro por uma questão burocrática – os R$ 10 mil mensais necessários para a compra dos medicamentos é um valor muito baixo para que seja feita licitação pública.

“Temos adquirido remédios de farmácia básica e ambulatório e encontrado dificuldade para encontrar fornecedores para os medicamentos mais específicos, cerca de 35 a 40, voltados para problemas cardíacos, de próstata e outros”, afirmou André Luiz á reportagem da TV Anhanguera.

As compras dos medicamentos eram realizadas por meio de um fundo rotativo, que acabou extinto por recomendação do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO).

À reportagem da TV Annhaguera, André Luiz diz acreditar que a solução definitiva para o problema seja a aprovação do Fundo Estadual de Saúde, que possibilitará à Secretaria Estadual de Saúde (SES) fazer compras com mais agilidade. Enquanto isso não acontece, a unidade conseguiu firmar parceria com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), que se comprometer a fornecer os remédios.

Irmão de Devair Alves Ferreira – o dono do ferro velho em Goiânia que abriu o antigo aparelho de radiografia que continha a cápsula do Césio 137 –, Odesson é um dos afetados pela ausência dos medicamentos, diz a matéria do Estadão. “Tenho um problema de próstata relacionado à contaminação e tive de parar de tomar a medicação, que custava R$ 300 por mês.”

Presidente da Associação de Vítimas do Césio-137 (AVCésio), Odesson afirma que as pensões tampouco contemplam todas as vítimas. “Esse número é insuficiente. Calculamos que entre 1,5 mil e 1,6 mil pessoas tenham sido afetadas”, afirma

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