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'Vocês precisam pensar o Brasil como nação', diz Bresser-Pereira

Durante palestra na Faculdade de Economia da UFRGS, em Porto Alegre, o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira, disse que a situação caótica da economia brasileira interessa a países como Inglaterra, Estados Unidos e Japão, que pretendem ampliar suas participações no nosso mercado interno; "Esse processo ocorre por meio de multinacionais e de empréstimos"; entre os fatores principais da recessão do Brasil estão uma taxa de câmbio "altamente apreciada" e juros "altamente escandalosos"; Bresser conta que a ex-presidenta Dilma Rousseff tentou mexer no câmbio e nos juros, mas sem sucesso; "O que o PT fez foi dar uma preferência para os trabalhadores e para os pobres"

Luiz Carlos Bresser-Pereira (Foto: Aquiles Lins)
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Do Sul 21 - A países como Inglaterra, Estados Unidos e Japão, segundo ex-ministro, interessa ocupar nosso mercado interno. "Esse processo ocorre por meio de multinacionais e de empréstimos"

O auditório da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ficou completamente lotado, na noite de ontem (1º), para assistir à palestra do ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira. Antes, foi realizado o lançamento do livro Remando contra a maré: desenvolvimento e política industrial no RS (2011-2014), organizado pelos professores Carlos Henrique Horn, Junico Antunes, Ivan de Pellegrin e Ibes Eron Alves Vaz. A obra reúne 34 autores e a sessão de autógrafos ocorreu durante a Feira do Livro de Porto Alegre.

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Com o tema "Para onde crescer: desenvolvimento, política industrial e o papel dos Estados", Bresser-Pereira, que é professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e criador da Revista de Economia Política, abordou inicialmente o cenário econômico mundial antes de se debruçar na crise brasileira. Conforme ele, a globalização e o neoliberalismo enfrentam uma crise desde 2007.

Já em 2016, avaliou o economista, "arrebentou" a crise política do neoliberalismo e que resultou, por exemplo, no Brexit – saída do Reino Unido da União Europeia – e na vitória do empresário Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. "Há uma crise política do neoliberalismo e da globalização somada à crise econômica", observou o ex-ministro, com experiência nos setores público e privado.

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No Brasil, ressaltou ele, a crise econômica não será solucionada enquanto o governo mantiver uma taxa de câmbio "altamente apreciada" e juros "altamente escandalosos." Esses dois fatores, conforme sua avaliação, inibem a taxa de lucros e investimentos no país. Os governos petistas, na opinião do economista, não enfrentaram essas questões, apesar de uma tentativa sem sucesso da ex-presidenta Dilma Rousseff em mexer no câmbio e nos juros.

"O que o PT fez foi dar uma preferência para os trabalhadores e para os pobres", completou Bresser-Pereira, entusiasta de um projeto desenvolvimentista. Em 2015, o país entrou numa recessão, conforme o professor, devido à redução pela metade no preço das commodities, especialmente a soja e o minério de ferro, mas, principalmente, pela crise financeira.

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Essa crise atingiu em especial as indústrias, que começaram a se endividar a partir de 2007. A situação econômica do país, afirmou Bresser-Pereira, só se agravou com o "ajuste fiscal violento" adotado pelo ministro da Fazenda à época, Joaquim Levy, o qual o economista confessou ter apoiado inicialmente, mas logo em seguida se arrependeu devido à política econômica adotada. "É um governo que tem trabalhado fortemente contra o Brasil em nome do neoliberalismo econômico", criticou o professor, referindo-se aos sucessivos governos do país. Os brasileiros, de acordo com o palestrante, têm dificuldades para fazer sacrifícios. "Uma taxa de câmbio competitiva não querem. Isso é sacrifício!, exemplificou o ex-ministro.

A países como Inglaterra, Estados Unidos e Japão, enfatizou o economista, interessa "ocupar nosso mercado interno." Esse processo, segundo ele, ocorre por meio de multinacionais e de empréstimos. Ao final da palestra, o ex-ministro deixou uma mensagem. "Vocês precisam pensar o Brasil como nação, abandonando a alta preferência pelo consumo imediato", finalizou ele, sob muitos aplausos do público que se aglomerava, inclusive no corredor do auditório da Faculdade de Ciências Econômicas.

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