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Yes, nós temos soccer

Americanos gostam de football? Sim, mas agora eles tambm torcem pelo soccer e transformaram o esporte em um grande espetculo

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Por Márcio Kroehn, de San Francisco, EUA - A Major League Soccer (MLS) começa neste final de semana nos Estados Unidos e já pode ser considerado um torneio de sucesso. O jogo de abertura da temporada 2011 aconteceu  na terça-feira 15 com uma festa tipicamente americana. O Los Angeles Galaxy, das estrelas David Beckham e Landon Donovan, enfrentou o Seattle Sounders e venceu por 1 a 0. O gol, porém, foi marcado por um intruso. O desconhecido brasileiro Juninho balançou a rede no inicio do segundo tempo (http://latv.neulion.com/mlsvp/console.jsp?catid=1877&id=12340) para desespero dos mais de 36 mil fanáticos torcedores do Sounders que enfrentaram a chuva e o frio no estádio. O time de Seattle é um dos mais populares do país ao lado do Philadelphia Union e podem ser comparados aos brasileiros Corinthians e Flamengo pelos mais de 25 mil ingressos vendidos por partida.

No ano passado, quatro milhões de americanos foram assistir no campo seus times da MLS, o que significou mais de 16,5 mil espectadores por partida. Para 2011, os organizadores apostam na maior média de público desde a temporada de estreia, em 1995/96. Na época, os pouco mais de 17 mil torcedores ainda estavam eufóricos com a recém terminada Copa do Mundo de 1994, que rendeu o tetra ao Brasil. Naquele mesmo ano, o Campeonato Brasileiro teve média de pouco mais de 10 mil torcedores. Em 2010, quando o Fluminense do demissionário Muricy Ramalho conquistou o título, a média de publico foi 10,3% menor que a da MLS. O curioso nessa historia é qu e a melhor média de público do Brasileirão nesses 15 anos de existência da liga americana de “soccer” ocorreu em 2009. E o número é praticamente igual ao da estreante MLS, com 17,4 mil pessoas por jogo. Quem não conhece a história do futebol pode dizer que o soccer americano é tão popular como o Brasileirão.

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Essa meia verdade dos números será combatida com qualquer análise apaixonada. Mas existe uma explicação puramente profissional para o que acontece nos gramados americanos. Embora o nível técnico ainda seja questionável, o crescimento de público da MLS está estrategicamente ligado a um plano de marketing. Profissionais foram contratados nos últimos anos para estudar os melhores exemplos mundiais e pensar de que maneira eles poderiam ser aplicados no mercado local. Os campeonatos inglês e espanhol, que são muito populares entre os fãs de soccer, serviram de base de onde se quer chegar: transformar a MLS em um lucrativo torneio internacio nal. O novo passo deste ano foi a criação de ferramentas especiais para a transmissão ao vivo de jogos pelo iPad e iPhone – no decorrer desta temporada, tablets e telefones com outros sistemas operacionais também terão aplicativos com as mesmas funções. Os jogos continuarão a ser transmitidos pelos canais tradicionais, mas esses novos meios de comunicação servem de imã para aproximar e interagir com o torcedor. A NBA, o mais conhecido torneio de basquete do mundo, utiliza esse mesmo caminho.

Outro ponto importante e a atração de investidores para aumentar o número de clubes em disputa. Desde 2004, a MLS cresceu de 10 para 18 clubes. Em 2012, mais duas equipes vão se juntar às atuais e dar corpo final ao campeonato. Os mais cotados para ganhar as últimas credenciais são um canadense de Montreal e, provavelmente, o New York Cosmos, lendária equipe onde Pelé, Beckenbauer e outras estrelas mundiais jogaram nos anos 70 e 80. Porém, a franquia Cosmos corre o risco de ficar só no papel. O entrave foi lançado pelos executivos da MLS que não querem admitir mais um time com sede no centro financeiro mundial. Como no basquete, eles qu erem distribuir times pelos 50 Estados e não concentrar e alguns poucos. O Red Bull, do francês Thierry Henry, chegou primeiro à Big Apple e tem total apoio e preferência. Estrelas internacionais são bem-vindas e procuradas, mas o ouro negro do leste europeu tem sido mais atrativo. O dinheiro dos investidores também serve para motivar os universitários a escolher o futebol com o pé ao invés dos esportes com a mão. É preciso construir ídolos locais que sejam, principalmente, vendáveis. Como se vê, soccer é entretenimento, desde que ofereça um bom negócio.

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